Relato de medo de queda durante a imagética motora e sua repercussão no controle postural em indivíduos jovens saudáveis
Palavras-chave:
Cognição, Equilíbrio Postural, PropriocepçãoResumo
Introdução: A imagética motora (IM) tem sido utilizada na investigação dos aspectos cognitivos do controle postural. Durante a IM, em posição ortostática, o deslocamento postural aumenta, em comparação com condições controle. Não há, contudo, nenhum relato de como aspectos afetivos do controle postural podem contribuir para os efeitos da IM nos deslocamentos posturais. O medo de quedas, que também afeta os deslocamentos na posição ortostática, pode ser o elo entre processos cognitivos-posturais. Objetivo: Investigar a associação entre o relato de medo de quedas durante a imagética, a habilidade em imaginar uma ação e os deslocamentos posturais. Métodos: Vinte e cinco adultos jovens (11 do sexo masculino) foram avaliados, sendo instruídos a permanecerem de pé sobre uma plataforma de força, com os olhos fechados (tarefa controle), executando repetidas vezes o movimento de flexão plantar (“ficar na ponta dos pés”, tarefa execução) e se imaginar realizando essa mesma ação (tarefa imagética cinestésica). Cada tarefa foi realizada uma única vez em um período de 45s. Os deslocamentos posturais foram mesurados e expressos como índice de estabilidade direcional global (IEDG). Os participantes foram divididos em grupos com (N=14) e sem medo (N=11) de quedas, de acordo com o relato obtido durante a IM na plataforma. A intensidade da sensação somatomotora evocada na IM foi avaliada através de escala de 5 pontos. Resultados: Diferenças entre grupos foram observadas para a variável IEDG na tarefa controle (P=0,049), com maior deslocamento no grupo com medo. Observamos também maior intensidade de sensações somatomotoras no grupo com medo (4 [3-4] pontos; mediana e quartis) quando comparado ao grupo sem medo (2 [2-3] pontos; P=0,025). Conclusão: Há relação entre o relato de medo de quedas durante a IM e a intensidade da IM. Contudo, parece não haver influência do medo de quedas nas modificações posturais observadas durante a IM. A diferença observada nos deslocamentos posturais na condição controle sugere a presença de “traços” posturais naqueles com maior medo de quedas.
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