Aplicação de medidas clínicas e biomecânicas de estabilidade postural para avaliação do risco de lesão musculoesquelético em bailarinos

Autores

  • Michelle Costa de Mello Autor

Palavras-chave:

Equilíbrio Postural, Desempenho Físico Funcional, Dança, Ballet, Exercício Físico

Resumo

Introdução: O ballet é uma atividade extenuante e requer uma extrema demanda das valências físicas, o que torna o bailarino(a) propenso a lesões musculoesqueléticas. Nessa população, a elevada (re)incidência de lesões nos membros inferiores cria complicações em suas carreiras. Testes de estabilidade postural dinâmica, tais como o Star Excursion Balance Test (SEBT), ou sua versão curta, o Y-Balance Test (YBT), são frequentemente utilizados para avaliação do risco de lesão de membros inferiores. Entretanto, bailarinos reconhecidamente apresentam habilidades motoras excepcionais, principalmente no que se refere ao controle postural, sendo essa característica um potencial fator complicador para avaliação do risco de lesão nessa população. Objetivo: Com o intuito de determinar a utilidade de tais testes na avaliação do risco de lesão em bailarinos, o objetivo do presente estudo foi investigar a relação entre medidas clínicas e biomecânicas de estabilidade postural e as características e ocorrências de lesões musculoesqueléticas nessa população. Métodos: Dois estudos observacionais foram realizados, com uma amostra total de 41 bailarinos. As características das lesões foram levantadas por meio de questionário padronizado. O controle postural foi avaliado através de posturografia em condições quase-estáticas (postura ortostática e a postura demi-point, específica do ballet) e dinâmica (durante a realização do YBT). Resultados: Em termos gerais, as medidas de amplitude e velocidade do deslocamento postural foram úteis para discriminar balarinos com ou sem histórico de lesões (teste t de Welch, P<0,005, d>1,741); contudo, esse efeito foi observado somente na posição demi-point, especifica para o ballet. Quando da aplicação do YBT para avaliação do risco de lesão, a maioria dos bailarinos (85%) foi classificado como com baixo-risco. As características de controle postural durante o YBT foram distintas quando comparadas direções do teste (ANT, anterior; PL, posterior-lateral; PM, posterior-medial) e o sexo dos bailarinos: especificamente, os deslocamentos posturais foram maiores, mais lentos e regulares nas direções PL e PM, em mulheres (ANOVA P<0,010). Conclusão: Como conclusão, podemos afirmar que as medidas posturográficas tomadas em posições específicas para o ballet são capazes de distinguir aqueles com ou sem histórico de lesões musculoesqueléticas. Por outro lado, o desempenho de um teste de estabilidade dinâmica não é capaz de identificar aqueles com alto risco de lesão musculoesquelética, determinados a partir do histórico de lesão. Além disso, as características posturográficas de tal teste varia significativamente entre direções e sexo. A utilidade de testes de estabilidade dinâmica para avaliação de risco nessa população precisa ser considerada com cautela, levando em conta a especificidade das posições do ballet e do sexo dos bailarinos avaliados.

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Publicado

2025-07-02

Como Citar

Aplicação de medidas clínicas e biomecânicas de estabilidade postural para avaliação do risco de lesão musculoesquelético em bailarinos. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 9(1), 83. https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/223

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