Há influência dos estados de ansiedade e depressão na orientação postural na posição ortostática? Um estudo observacional

Resumo

Introdução: A postura pode ser definida com o alinhamento equilibrado e coordenado das articulações do corpo. Uma “má postura” é aquela que se desvia do alinhamento tido como normal, estando associada a dores e disfunções musculoesqueléticas. Dentre os transtornos de humor o padrão mais comum é a combinação de preocupação excessiva, ansiedade e depressão, que afeta a qualidade de vida e o bem-estar dos pacientes, potencialmente se refletindo em alterações biomecânicas como desalinhamento e encurtamento. Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar o alinhamento postural em indivíduos com diferentes graus de ansiedade e depressão, buscando estabelecer uma relação entre o quadro psicológico e a postura corporal. Métodos: Trata- se de um estudo transversal, observacional, onde foi realizada a fotogrametria para obter medidas de alinhamento postural como posicionamento da cabeça, desvios da coluna, aumento de cifose toráxica, alteração do quadril e membros inferiores. Os estados de humor foram avaliados com a aplicação do Inventário de Depressão de Beck- II (IDB- II) para a avaliação de depressão e para avaliar a ansiedade foi aplicado o Inventário de Ansiedade de Beck (IAB). Resultados: Foram avaliados 28 indivíduos de ambos os sexos com idade entre 20 e 63 anos, que participavam de terapias corporais, desses 27 apresentavam alterações de humor nos últimos 7 dias até a data da coleta. Os sintomas mais citados nos questionários foram:incapacidade de relaxar (40,5%); medo que aconteça o pior (27%); não dormir bem como de costume (50%); ficar cansado mais facilmente como de costume (47,2%). Na análise exploratória de fatores, as associações entre as medidas de alinhamento postural e os escores do IDB-II e BAI, as variáveis que apresentaram diferenças importantes foram: ângulo do quadril direito e esquerdo, assimetria na escápula, ângulo perna-retropé esquerda, alinhamento horizontal e vertical da cabeça, ângulo do quadril e alinhamento horizontal da pelve. Conclusão: Os resultados desse estudo mostram alterações na orientação da cabeça associadas aos escores de depressão e ansiedade, observase
também alterações na pelve e membros inferiores, principalmente na região do quadril.