Correlação entre consumo de oxigênio de pico, função pulmonar, imagem radiográfica, dispneia e qualidade de vida em pessoas com sequelas pulmonares pós-tuberculose

Autores

Palavras-chave:

Tuberculose, Capacidade Funcional, Teste Cardiopulmonar de Exercício

Resumo

Introdução: A tuberculose (TB) é uma das principais causas de doenças crônicas no mundo, porém as verdadeiras condições pós-tuberculose (TB) ainda não são totalmente definidas. Sabe-se que possui evolução complexa e variada e indivíduos com doença pulmonar pós-TB (DPPT) enfrentam riscos aumentados de anormalidades da função pulmonar mesmo após o tratamento. Alterações estruturais que acarretam danos na função pulmonar impactam na redução da capacidade de exercício e da qualidade de vida (QV) desses indivíduos. Objetivo: Avaliar as correlações do consumo de oxigênio de pico (VO2pico) com a mecânica pulmonar, imagem radiográfica e QV em adultos com DPPT. Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal onde foram avaliados 60 pacientes que tiveram TB tratada por pelo menos 3 anos, de ambos os sexos. Os participantes elegíveis responderam ao questionário de qualidade de vida WHOQOL-BREF, avaliação da dispneia através da escala Modified Medical Research Council (mMRC) e 54 deles obtiveram a avaliação da radiografia de tórax. Adicionalmente, os pacientes realizaram testes de função pulmonar, incluindo espirometria e oscilometria de impulso (IOS). Por fim, fizeram avaliação funcional durante o exercício através do teste cardiopulmonar de exercício (TCPE). Resultados: Trinta e quatro (56.7%) eram mulheres com média de idade de 55,1 ± 14,1 anos e mediana do tempo desde o final do tratamento para TB de 24 (20–27) meses. O maior consumo de oxigênio de pico (VO2peak) foi nos homens (18,3 ± 7,8 vs. 14,5 ± 5,3 ml/kg/min, P = 0.038). Em relação à QV, o domínio físico teve pior desempenho (57,6 ± 17,5) e correlação positiva significativa com o VO2peak (rs=0,275, P=0,033). Na espirometria, os padrões normal (36,7%), restritivo (23,3%) e obstrutivo (40%) mostraram diferenças significativas em relação ao VO2peak (19,7 ± 6,7 vs. 16,5 ± 5,9 vs. 12,7 ± 5,6 ml/kg/min, P=0,001). Na IOS, 49 (81,7%) participantes tinham exame anormal e o diagnóstico de doença de pequenas vias foi detectado em 31 (51,7%) deles, com correlação negativa significativa da resposta de frequência (Fres, rs=-0,675, P<0,0001). Os que tiveram DPVA obtiveram um menor VO2peak quando comparados àqueles sem DPVA (12,8 ± 5,1 vs. 19,7 ± 6,5 ml/kg/min, P<0,0001). Na avaliação da radiografia, os achados causaram maior impacto no VO2peak foram cavitação pulmonar (11 ± 5,1 vs. 17,7 ± 6,4 ml/kg/min, P=0,001) e opacidade nodular (14,1 ± 5 vs. 18,3 ± 7,5 ml/kg/min, P=0,016). Na análise de regressão multivariável, capacidade vital forçada, idade, sexo e Fres explicaram 65% da variabilidade do VO2peak. Conclusão: Pacientes com DPPT apresentam um VO₂peak reduzido. A IOS demonstra maior sensibilidade na detecção das alterações da mecânica pulmonar comparado à espirometria, incluindo aquelas associadas à SAD. Além disso, observamos correlação entre VO₂peak e anormalidades radiográficas, especialmente cavitações pulmonares e opacidades nodulares. Entretanto, a relação entre VO₂peak e QV é pequena. Dessa forma, tanto o TCPE quanto a IOS podem ser úteis no monitoramento de pacientes com DPPT, contribuindo para a avaliação do impacto das intervenções.

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Publicado

2025-09-05

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Seção

Dissertações

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Como Citar

Correlação entre consumo de oxigênio de pico, função pulmonar, imagem radiográfica, dispneia e qualidade de vida em pessoas com sequelas pulmonares pós-tuberculose. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 15(1). https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/117

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