Análise da dinâmica do consumo de oxigênio durante o teste de avd-glittre em pacientes com DPOC moderada e grave

Resumo

Introdução: A DPOC é responsável por gerar grande incapacidade com importante impacto social e econômico. Neste sentido torna-se importante o estudo de instrumentos de avaliação desta população, sobretudo no que se refere a sua capacidade funcional, pois esta relaciona-se à mortalidade e qualidade de vida. O teste de AVD-Glittre foi desenvolvido para avaliar o estado funcional de pacientes com DPOC, porém ainda restam lacunas em relação às diferentes atividades realizadas ao longo do teste no que se refere ao consumo metabólico. Objetivo: Avaliar quais atividades presentes no T-Glittre geram maior consumo de oxigênio. Métodos: Neste estudo transversal foram analisadas 75 voltas do T-Glittre de 15 pacientes com DPOC de moderada a grave. Os participantes foram submetidos ao TECP, aos testes de função pulmonar e ao T-Glittre com monitorização dos gases ventilatórios exalados e filmagem. Resultados: A tarefa que dispendeu maior consumo de oxigênio foi aquela relacionada aos movimentos executados na atividade prateleira onde o VO2 foi significativamente maior (p = <0,001). O consumo de oxigênio aumenta até a quarta volta e a partir desta alcança um platô, ou seja, o VO2 das voltas 3, 4 e 5 é estatisticamente diferente do VO2 das voltas 1 e 2 (P<0,05) e o tempo gasto em cada volta foi semelhante a partir da segunda volta, sendo que a diferença estatística (P<0,05) ocorreu somente quando comparada a primeira volta com as demais. Conclusão: As atividades realizadas na prateleira durante o T- Glittre são as que geram maior demanda metabólica para os pacientes com DPOC de moderada a grave e apesar destes atingirem o pico de consumo de oxigênio até a quarta volta, eles mantêm o ritmo do exercício indicando que há adaptação fisiológica a fim de manter a intensidade do esforço tolerável para que se permita a continuidade da atividade.