Avaliação da capacidade funcional em pacientes portadores de doença renal crônica através do teste de avd-glittre e sua associação com força muscular e qualidade de vida

Autores

  • Mauro Ribeiro Balata Autor

Palavras-chave:

Doença Renal Crônica, Teste de AVD-Glittre, Teste de Força de Preensão, Qualidade de Vida

Resumo

Introdução: A doença renal crônica (DRC) é um fardo público mundial de elevada prevalência que compromete cada vez mais a saúde geral à medida em que a doença progride. A DRC afeta uma proporção significativa da população e está crescendo rapidamente devido ao aumento do envelhecimento populacional e a prevalência de diabetes, obesidade, hipertensão e doenças cardiovasculares que contribuem para a DRC. Estima-se que 14% da população mundial tenha DRC. Cada vez mais pacientes são diagnosticados com DRC, o que pode vir a impactar negativamente nas atividades de vida diária (AVD) e na qualidade de vida (QV). Mais recentemente, foi descrito o teste de Glittre (TGlittre) como instrumento de avaliação da capacidade funcional ao exercício. Objetivo: Este estudo avaliou a capacidade funcional medida pelo TGlittre em pacientes com DRC não dialítica e, secundariamente, analisou as associações desta com força muscular, nível de atividade física (NAF) e QV. Métodos: Trata-se de um estudo transversal em que 30 pacientes com DRC não dialítica submeterem as seguintes avalições: TGlittre para determinação da capacidade funcional ao exercício; questionário internacional de atividade física (IPAQ) para avaliação do (NAF); questionário resumido SF- 36 para avaliação da QV; e medida da força de preensão manual (FPM). Resultados: Em nosso estudo a média de idade foi de 58,1 ± 13,9 anos, enquanto a mediana de tempo após o diagnóstico de DRC foi de 18 (2–42) meses. As principias causas da DRC foram hipertensão, diabetes, glomerulopatia crônica e idiopática, que ocorreram em 23 (76,7%), 12 (40%), 5 (16,7%) e 3 (10%) participantes, respectivamente. Quase metade dos participantes (14, 46,7% dos casos) tinha muito alto risco de progressão da DRC. O valor absoluto e em percentual do tempo teórico do TGlittre foi de 4,3 (3,3–5,2) s e 143,3 ± 32,7 % predito, respectivamente. As principais dificuldades para concluir o TGlittre foram o agachamento para realizar as tarefas nas prateleiras e as tarefas manuais, que
foram relatadas por 6 (20%) e 5 (16,7%) participantes, respectivamente. O tempo do TGlittre correlacionou negativamente com a FPM (r=-0,469, P=0,009). O tempo TGlittre mostrou-se estatisticamente diferente entre os NAF considerados “sedentário”, “irregularmente ativo” e “ativo” (P=0,038). Não foram observadas correlações significantes entre o tempo do TGlittre e as dimensões do SF-36. Conclusão: Em conclusão, os pacientes com DRC não dialíticos tem uma reduzida capacidade funcional ao exercício com dificuldades para realizar o agachamento e as tarefas manuais nas atividades das prateleiras. Além do mais, há uma relação do tempo do TGlittre tanto com a FPM quanto com o NAF. Dessa forma, a incorporação de ferramentas como o TGlittre, teste de FPM e questionários com o SF-36 e IPAQ na avaliação rotineira de pacientes com DRC não dialítica, pode melhorar a
estratificação de risco numa população extremamente suscetível a eventos cardiovasculares e, com isso, nos orientar para a individualização dos cuidados terapêuticos de maneira mais precoce.

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Publicado

2025-07-08

Como Citar

Avaliação da capacidade funcional em pacientes portadores de doença renal crônica através do teste de avd-glittre e sua associação com força muscular e qualidade de vida. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 12(2), 83. https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/277

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