Avaliação da função de mão e da capacidade funcional em mulheres com esclerodermia

Autores

  • Fátima de Sousa Paiva Duarte Autor

Palavras-chave:

Esclerose Sistêmica, Capacidade Funcional das Mãos, Destreza Digital, Força Muscular

Resumo

Introdução: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune crônica que afeta predominantemente as mulheres. Caracteriza-se pela rigidez da pele, especialmente das mãos, resultando em uma limitação significativa do movimento dos dedos. Além disso, é comum o surgimento de calcificações nas falanges, telangiectasias, úlceras digitais e fenômeno de Raynaud, que contribuem para a perda de funcionalidade. Essas condições afetam diretamente a qualidade de vida, dificultando a realização de atividades diárias essenciais e levando à deterioração física, com perda de independência funcional, especialmente das mãos. Objetivo: Avaliar a capacidade funcional das mãos em mulheres com esclerose sistêmica (mcES) utilizando o teste de AVD-Glittre-Prateleira (TGlittre-P) e correlacioná-la com indicadores de destreza digital, força muscular, função pulmonar e função física. Métodos: Trata-se de estudo transversal que envolveu 41 mulheres diagnosticadas com ES e 41 controles saudáveis. As participantes realizaram uma série de avaliações, incluindo a Cochin Hand Functional Scale (CHFS), a pontuação modificada de Rodnan para a pele (mRSS), o Health Assessment Questionnaire-DI (HAQ-DI), o 9-Hole Pinch Test (9-HPT), a força de preensão manual (FPM) e os testes de função pulmonar. A fase de prateleira do TGlittre-S foi utilizada para avaliar a capacidade funcional das mãos, excluindo atividades que envolviam o agachamento. Resultados: Os resultados mostraram que o tempo no TGlittre-S foi significativamente maior nas mulheres com ES em comparação com os controles saudáveis (60 segundos versus 44 segundos, p < 0,0001). O tempo para a realização do 9-HPT também foi maior nas mulheres com ES (24 segundos versus 20 segundos, p < 0,0001), e a pontuação na CHFS foi mais alta (6 pontos versus 0 pontos, p < 0,0001). O tempo do TGlittre-S foi significativamente correlacionado com a força de preensão manual (rs = -0,511, p = 0,0006), o HAQ-DI (rs = 0,510, p = 0,0006), o 9-HPT (rs = 0,398, p = 0,009) e a CHFS (rs = 0,351, p = 0,024). No entanto, não foi encontrada correlação significativa entre o tempo do TGlittre-S e a função pulmonar. Conclusão: Conclui-se que nas mulheres com ES, a capacidade funcional das mãos está gravemente prejudicada, com maiores tempos no TGlittre-S e piores força de preensão manual, destreza digital e função física. O TGlittre-S mostrou-se uma ferramenta eficaz para avaliar a incapacidade funcional das mãos e pode ser incorporado à prática clínica como uma medida de desfecho relevante para estudos futuros em ES. Esse método pode contribuir para monitorar a progressão da doença e avaliar seu impacto na funcionalidade das mãos.

 

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Publicado

2025-05-19

Edição

Seção

Dissertações

Categorias

Como Citar

Avaliação da função de mão e da capacidade funcional em mulheres com esclerodermia. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 15(1), 110. https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/102

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