A influência da dor lombar crônica na atividade muscular dos paravertebrais lombares durante tarefas funcionais

Resumo

Introdução: Existem evidências de que pacientes com dor lombar crônica apresentam um aumento de atividade dos músculos do tronco durante a marcha. Todavia, ainda não se sabe se esse comportamento mal adaptativo se generaliza para diferentes atividades funcionais no mesmo paciente. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi de analisar a atividade dos músculos paravertebrais lombares de pacientes com dor lombar crônica durante cinco diferentes tarefas funcionais e comparar com controles assintomáticos. Métodos: Quarenta pacientes com dor lombar crônica e 40 controles assintomáticos foram avaliados em relação à atividade eletromiográfica dos músculos longuíssimo lombar, ílio-costal lombar e multífido lombar durante as atividades de pegar e deixar um objeto no solo, sentar e levantar da cadeira e subir escada. Foram calculadas as diferenças de média e respectivos intervalos de confiança (IC) de 95% para comparar as atividades musculares entre os grupos. Resultados: Não houve diferença entre os grupos em relação a gênero, idade, peso, altura e índice de massa corporal (IMC). O grupo com dor lombar apresentou uma média de 6 pontos (DP=1,5) na escala numérica de dor, 40% (DP=11,9) de incapacidade no Índice Oswestry de Incapacidade, 45 pontos (DP=7,3) de cinesiofobia na Escala TAMPA e 53,5 pontos (DP=10,6) no questionário Örebro. Em 29 das 30 análises, incluindo ambos os lados dos três músculos nas cinco tarefas, os participantes com dor lombar crônica apresentaram uma média de atividade eletromiográfica (Vrms) superficial estatisticamente mais elevada (p<0,05) do que a média dos controles assintomáticos. Conclusão: Pacientes com dor lombar crônica apresentam aumento da atividade eletromiográfica dos músculos das costas independente da tarefa funcional. Os nossos achados são contrários à ideia de estimular o aumento da atividade dos músculos do tronco em pacientes com dor lombar crônica.