Avaliação da capacidade funcional em mulheres com esclerodermia através do teste de avd-glittre

Autores

  • Carolina Pontes Nonato Autor

Palavras-chave:

Esclerodermia, Capacidade Funcional, Exercício

Resumo

Introdução: A esclerodermia é uma doença crônica, autoimune, de etiologia desconhecida, que atinge mais o sexo feminino. É caracterizada por alteração esclerodérmica da pele com endurecimento, vasculopatia e fibrose de órgãos internos. As manifestações cutâneas, osteomioarticulares e cardiorrespiratórias são condições reconhecidas na esclerodermia que acarretam impacto na capacidade funcional, qualidade de vida e prejuízos na execução de atividades de vida diária (AVD). Embora a doença seja amplamente estudada ao longo dos anos, ainda existem lacunas científicas a serem preenchidas. Dentre elas, está a melhor compreensão dos indicadores que influenciam a capacidade funcional. Diversos testes têm sido realizados para avaliar a funcionalidade na esclerodermia. Contudo, poucos utilizam a mobilidade dos membros superiores, que é imprescindível para as AVD. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar a capacidade funcional em mulheres com esclerodermia durante as AVD simuladas e, adicionalmente, correlacionar esses achados com a função física e a função da mão. Métodos: Trata-se de um estudo transversal que incluiu indivíduos do sexo feminino diagnosticados com esclerodermia em tratamento ambulatorial (n = 33) e também um grupo de indivíduos controles do sexo feminino (n = 30) que foi constituído por voluntárias saudáveis, pareadas por idade, peso, altura e índice de massa corporal. As participantes foram submetidas ao teste de AVD-Glittre, função pulmonar (incluindo espirometria e medida da capacidade de difusão ao monóxido de carbono-DLco), dinamometria manual e aos questionários Scleroderma Health Assessment Questionnaire-Disability Index (SHAQ-DI) e Cochin Hand Functional Scale (CHFS). Resultados: Neste estudo, as mulheres com esclerodermia apresentaram maiores pontuações no CHFS e SHAQ-DI e menores valores na dinamometria manual quando comparadas ao grupo controle (para todos P ˂ 0,0001). As medidas de capacidade vital foçada (CVF) e DLco estiveram abaixo 80% do valor previsto no grupo com esclerodermia. Em relação ao teste de AVD-Glittre, as
medianas dos valores de tempo total, tempo manual, e relação entre tempo manual/tempo total foram maiores nas mulheres com esclerodermia em comparação ao grupo controle. O tempo total para realizar as múltiplas tarefas do teste de AVD-Glittre do grupo com esclerodermia foi aproximadamente 44% maior que o tempo esperado para completá-lo. Houve forte relação entre o tempo
manual e as medidas de capacidade física envolvendo atividades com as mãos: CHFS (rs = 0,70, P ˂ 0,0001) e SHAQ-DI (rs = 0,73, P ˂ 0,0001). Foi observado correlação entre a queda da saturação periférica de oxigênio durante o teste de AVD-Glittre e os parâmetros de função pulmonar CVF (rs = -0,58, P = 0,0004), DLco (rs = -0,62, P = 0,0001) e relação CVF/DLco (rs = 0,41, P = 0,018), mas não entre as medidas de tempo fornecidas pelo teste de AVD-Glittre e os parâmetros de função pulmonar. Conclusão: Com os resultados desta pesquisa, pretende-se possibilitar a utilização de melhores ferramentas para avaliar o desempenho físico dos pacientes, a resposta ao tratamento e a progressão da esclerodermia.

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Publicado

2025-07-02

Edição

Seção

Dissertações

Categorias

Como Citar

Avaliação da capacidade funcional em mulheres com esclerodermia através do teste de avd-glittre. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 9(1), 86. https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/165

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