Afastamento por distúrbios musculoesqueléticos e queixas ligadas à saúde em trabalhadores da área da saúde: estudo comparativo do período antes e durante a pandemia da covid-19
Palavras-chave:
Saúde Ocupacional, COVID-19, Trabalhadores da Saúde, Lesão OsteomuscularResumo
Introdução: Diversos estudos têm se voltado para a investigação das repercussões da pandemia da COVID-19. Entretanto, na área da saúde do trabalhador, ainda existe uma lacuna quanto aos reais impactos da pandemia nos números de atestados médicos, afastamentos dos postos de trabalho e principais queixas desta população. Objetivos: Comparar a prevalência de distúrbios musculoesqueléticos e de afastamentos do trabalho em profissionais da saúde de um hospital universitário nos períodos pré e per pandemia da COVID-19. Secundariamente, buscou-se identificar o impacto da pandemia da COVID-19 na ocorrência de queixas relacionadas à saúde destes profissionais. Métodos: Estudo retrospectivo longitudinal, com análise de banco de dados. Dados clínicos e de afastamentos que foram coletados dos prontuários dos profissionais de um Hospital Universitário. Os dados foram analisados por meio da comparação das médias e desvio padrão ou com frequência de ocorrência nos períodos pré (08/19 a 02/20) e durante a pandemia (03/20 a 09/20). Resultados: Foram incluídos no estudo 189 prontuários, sendo 75,6% mulheres, a idade média foi de 40.9 anos. Os técnicos de enfermagem 56 (29,6%) foram os que mais se afastaram do trabalho. Não houve diferença significativa na comparação entre dias de afastamento entre os períodos pré 10.7 dias (DP 19.5) e per pandemia 13.5 dias (DP 15.9) (p=0.270), assim como, na quantidade de atestados apresentados por doenças do sistema osteomuscular. Entretanto, foi identificado que a pandemia interferiu na frequência de ocorrência de problemas no sono (x2= 26.967; p=0,01), depressão (x2=
63.087; p=0,01), ansiedade (x2= 67.938; p=0,01), diabetes e hipertensão. Durante a pandemia também aumentou a prevalência de dor musculoesquelética, nas regiões cervical, toracolombar e membros. Conclusão: Não houve diferença na quantidade de atestados apresentados ao compararmos os períodos. Entretanto, houve incremento no número de queixas dos trabalhadores relacionadas à saúde.
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