Associação entre sintomas de ansiedade e depressão e histórico de afastamento por condição musculoesquelética em atletas
Palavras-chave:
Atletas, Ansiedade, Depressão, Afastamento por Motivo de SaúdeResumo
Introdução: Atletas apresentam sintomas de ansiedade e depressão de forma equivalente a indivíduos não atletas. Atletas jovens tendem a ter mais sintomas de ansiedade e depressão do que adultos. Esses sintomas podem ser considerados fatores de risco para uma condição musculoesquelética, o que pode ou não resultar no afastamento das atividades esportivas. Atletas que sofrem afastamento por condições musculoesqueléticas mais severas tendem a ter mais sintomas de ansiedade e depressão. Objetivo: O objetivo desse estudo foi correlacionar o histórico de afastamento com sintomas de ansiedade e depressão em atletas jovens. Métodos: Estudo observacional transversal. Participantes incluídos eram atletas federados de voleibol do Clube de Regatas Flamengo, idade igual ou superior a 12 anos, de ambos os sexos, não estando afastados por condições musculoesqueléticas. Foram
utilizados questionários autorrespondidos para coletar os desfechos: sintomas de ansiedade com Generalized Anxiety Disorders 7-item (GAD-7) e sintomas de depressão com Patient Health Questionnaire 9-item (PHQ-9), histórico de afastamento com Standardized Nordic Questionnaire (SNQ) e severidade (dias de afastamento), além de um questionário sociodemográfico. Foram realizados testes de correlação de Pearson entre variáveis numéricas com nível de confiabilidade de 95%. Resultados: 58 atletas participaram da pesquisa, sendo 62% do sexo masculino. 53% sofreram afastamento por condição musculoesquelética no último ano. 60% dos atletas apresentaram sintomas de ansiedade, enquanto 40% apresentaram sintomas de depressão. Achados relevantes foram associações positivas fracas entre o histórico de afastamento nos últimos 12 meses e escores atuais do GAD-7 (r: 0,26; IC95%: 0,005-0,48) e PHQ-9 (r: 0,26; IC95%: 0,009-0,49). A severidade dos afastamentos dos últimos 12 meses não foi associada aos escores atuais do GAD-7 (Pearson’s r: 0,4; IC95%: -0,23-0,30) e PHQ-9 (Pearson’s r: 0,56; IC95%: -0,21-0,32). Escores do GAD-
7 foram associados fortemente ao PHQ-9 (r: 0,77; IC 95%: 0,64-0,86). Conclusão: Existe associação fraca entre histórico de afastamento por condições musculoesqueléticas e sintomas atuais de ansiedade e depressão em atletas jovens. Não existe associação entre severidade dos afastamentos e condições psicológicas. Entender melhor a relação do histórico de afastamentos com sintomas de ansiedade e depressão nos alerta sobre uma possível necessidade de estratégias de acompanhamento multidisciplinar para atletas com histórico de afastamento.
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