Qualidade de vida como preditora da resposta terapêutica em mulheres com linfedema secundário ao câncer de mama, submetidas à terapia física complexa
Palavras-chave:
Qualidade De Vida, Linfedema, Neoplasias De Mama, TratamentoResumo
Introdução: O linfedema é uma das principais complicações secundárias ao câncer de mama e a terapia física complexa (TFC) tem se destacado como a melhor abordagem para o controle do volume do linfedema de membro superior. A resposta terapêutica a qualquer tratamento realizado, depende não somente das ações fisiológicos do tratamento realizado, mas também, de condições físicas, culturais, sociais e psicológicas de cada paciente. Um destes componentes que poderá influenciar na resposta terapêutica é a qualidade de vida (QV). Objetivo: Avaliar a QV como preditora da resposta terapêutica em mulheres submetidas a TFC no tratamento do linfedema de membro superior. Métodos: Foi realizado um estudo de intervenção em 57 mulheres com linfedema secundário ao câncer de mama que realizaram a TFC para o tratamento do linfedema. Como desfecho principal (resposta terapêutica) foi considerado a redução percentual do excesso de volume do membro entre o início e o término do tratamento. Como
principal variável preditora foi considerado a média do escore da qualidade de vida no início do tratamento, avaliado pelos questionários EORTC QLQ-C30 (Quality of Life Questionnaire) e pelo BR23 (Breast Cancer Module). Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Nacional de Câncer sob o registro nº 011/07. Resultados: A média idade da
população estudada foi de 63 anos, composta em sua maioria, de mulheres com sobrepeso e obesidade. O tempo médio de pós-operatório até o desenvolvimento do linfedema foi de 37 meses. No início do tratamento, o linfedema estava presente em média há 61 meses. No início do tratamento, a média do excesso de volume (EV) entre os membros superiores era de 776,16 ml,
correspondendo a um percentual de excesso de volume (PEV) de 44,2%. Ao mensurar a qualidade de vida pelo questionário da EORTC QLQ-C30, na subescala de funcionalidade, foi observado pior escore para a função emocional (55 pontos) e melhor escore na função social (89 pontos). Nas escalas de sintomas, a que apresentou pior média foi a dor (66 pontos), seguida de fadiga (68 pontos). A qualidade de vida global apresentou baixo escore (40 pontos). Ao avaliar a qualidade de vida pelo módulo BR 23, foi observado baixo escore no domínio de perspectiva futura (47 pontos) e nos sintomas no braço (53 pontos). Após o tratamento do linfedema, foi observada redução absoluta do excesso de volume entre os membros superiores de 282 ml, representando uma redução percentual de 15%. Não foi observada associação entre os domínios de qualidade de vida e a resposta terapêutica do linfedema. Conclusão: Este estudo contemplou 57 mulheres que apresentavam linfedema avançado e crônico no início do tratamento com TFC e com baixos escores de qualidade de vida. A resposta terapêutica do linfedema não foi influenciada pela QV no início do tratamento.
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