Avaliação da função pulmonar, capacidade funcional, equilíbrio e postura em pacientes com esclerodermia

Autores

  • Tatiana Rafaela de Lemos Lima Autor

Palavras-chave:

Esclerodermia, Avaliação Funcional, Postura, Equilíbrio

Resumo

Introdução: Esclerodermia ou esclerose sistêmica (ES) é uma doença sistêmica, crônica e incapacitante no que diz respeito ao aspecto funcional. É um distúrbio que gera o excesso de liberação de colágeno dos tecidos, debilitando e restringindo organicamente o paciente. Esta doença é pouco explorada no que diz respeito à postura, equilíbrio e o desempenho funcional relacionado à vida diária importantes no acompanhamento e abordagem fisioterapêutica adequada. Objetivo: Traçar o perfil da doença quanto à força muscular periférica, capacidade funcional, composição corporal, função pulmonar, postura, equilíbrio estático e qualidade de vida de pacientes com esclerodermia. Após esta caracterização, nosso segundo objetivo é correlacionar tais medidas e compará-las com indivíduos saudáveis. Métodos: Foram realizados três estudos e um trabalho para congresso. Foram incluídos no 1° estudo: 10 pacientes com ES; no 2°: 20 pacientes com ES e 20 controles; e no 3°: 31 pacientes com ES e 31 controles pareados por sexo, idade, peso, altura e índice de massa corporal (IMC). Os pacientes foram submetidos à avaliação da mobilidade pela goniometria, força muscular periférica (dinamometria isométrica) e fadigabilidade (eletromiografia de superfície), análise postural (fotogrametria), função pulmonar (espirometria, pletismografia de corpo inteiro, medida da capacidade de difusão do CO e avaliação da força muscular respiratória), equilíbrio estático (estabilometria e escala de Equilíbrio de Berg), composição corporal (bioimpedância elétrica) e capacidade funcional (teste de caminhada de seis minutos-TC6’). Os mesmos também responderam à um questionário de qualidade de vida (SF-36), questionário de incapacidade (HAQ) e do nível de atividade física (IPAQ). Resultados: No primeiro estudo, os pacientes com ES apresentaram restrição no arco de movimento e redução da capacidade funcional pelo TC6’. Houve correlação entre o TC6’ e os ângulos de planti-flexão, dorsi-flexão e eversão, respectivamente (r=0,65; r=0,64; r=0,59; p<0,05), e do TC6’ com os movimentos de adução e extensão de quadril, respectivamente (r-0,52; r=0,50; p<0.05). No segundo estudo, os pacientes com ES apresentaram redução da força muscular, aumento da fadigabilidade, capacidade funcional reduzida e pior função pulmonar. Quando comparados aos controles, os valores foram significativamente menores (p=0,0001). Houve correlação significativa da força de quadríceps com massa livre de gordura-MLG (r=0,49), capacidade vital forçada-CVF (r=0,57), TC6’ (r=0,71) e o HAQ (r=-0,62). Também foram observadas correlações significativas entre a fadigabilidade de quadríceps com a pressão inspiratória máxima (PImáx) e a pressão expiratória máxima (PEmáx), respectivamente (r=0,68; r=0,47; p<0,05). A análise de regressão linear múltipla mostrou que o TC6’ e a MLG se apresentaram como variáveis independentes, preditivas para a força muscular de quadríceps (R2=0,612). No terceiro estudo, os pacientes com ES, quando comparados aos controles, apresentaram desvios posturais no ângulo do quadril na vista anterior (p=0,016) e lateral direita (p=0,049), alinhamento horizontal da pélvis para o lado direito (p=0,002) e lado esquerdo (p=0,004). Houve também alteração no alinhamento vertical do tronco (p=0,033) e ângulo do tornozelo (p= 0,040). Também foram observadas correlações entre o controle postural e a função pulmonar. Conclusão: Pacientes com esclerodermia apresentam disfunções funcionais importantes, tais como: restrição do arco de movimento, redução da força muscular periférica, maior fatigabilidade muscular e reduzida capacidade funcional quando comparados aos controles. Há correlação significante entre a força muscular periférica e a composição corporal, função pulmonar, capacidade funcional e a qualidade de vida. Nestes pacientes, o comprometimento vascular reflete tanto no desempenho funcional quanto no controle postural. Há relação entre a escala de Berg e a estabilometria, assim como entre o equilíbrio e as variáveis posturais de joelho e tornozelo. Estes dados salientam a importância dessas avaliações na prática clínica.

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Publicado

2025-04-10

Edição

Seção

Dissertações

Categorias

Como Citar

Avaliação da função pulmonar, capacidade funcional, equilíbrio e postura em pacientes com esclerodermia. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 4(1), 146. https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/61

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