Militares com síndrome do impacto subacromial não apresentam alteração da propriocepção: um estudo caso-controle pareado simples-cego
Palavras-chave:
Dor de Ombro, Propriocepção, Percepção de Movimento, Músculos do PescoçoResumo
Introdução: A síndrome do impacto subacromial (SIS) é a condição mais frequente nos pacientes que se queixam de dor no ombro. Na literatura científica existem estudos que investigam a correlação da dor na SIS com alterações proprioceptivas. No entanto, não existe uma avaliação abrangente sobre propriocepção (incluindo o senso de posição passivo, senso de posição ativo e a cinestesia) do ombro nos pacientes com SIS utilizando o dinamômetro isocinético comparando-os a controles pareados por idade, gênero, lado dominante e ombro acometido, tampouco correlacionando esta acuidade proprioceptiva com informações clínicas destes pacientes. Objetivo: Comparar a função proprioceptiva do ombro entre pacientes com SIS e controles pareados. Métodos: Trata-se de um estudo observacional do tipo caso-controle de 64 participantes selecionados no Serviço de Reabilitação Físico-Funcional da Marinha do Brasil. Os pacientes (GS) se apresentaram para a fisioterapia com um novo episódio de dor no ombro e diagnosticados com SIS através da avaliação de um fisioterapeuta. Os controles (GC) não apresentavam história de dor no ombro e foram individualmente pareados por idade, sexo e dominância lateral. Todos os participantes preencheram a escala numérica de dor (END), pontuando sua dor de 0 a 10, o questionário de Índice de Dor e Incapacidade no Ombro (SPADI-Brasil). Em seguida, foi realizado o exame físico composto de avaliação proprioceptiva através do limiar de detecção do movimento passivo (LDMP), senso de posição passivo (SPP) e do senso de posição ativo (SPA). Após essa etapa foi realizado o teste de flexão craniocervical (TFCC) e a avaliação do índice do peitoral menor (IPM). Os grupos foram comparados em cada variável investigada e a relação entre as variáveis foi analisada. Resultados: A média de idade dos participantes foi de 33 anos (variando entre 26-40) e 42 (65,6%) eram homens. Pacientes com SIS não apresentam déficit proprioceptivo. Os resultados para cada grupo foram expressos em mediana, ambos os grupos não apresentaram diferença significativamente estatística para nenhuma variável proprioceptiva: LDMP rotação lateral (GC = 2,05; GS = 2,82; P = 0,253), LDMP rotação medial (GC = 2,13; GS = 2,47; P = 0,436), SPP rotação lateral (GC = 8,05; GS = 7,93; P = 0,898), SPP para rotação medial (GC = 3,75; GS = 3,82; P = 0,752), SPA rotação lateral (GC = 9,50; GS= 7,67; P = 0,957), SPA rotação medial (GC = 2,80; GS = 2,58; P = 0,904). Não houve relação entre a propriocepção e a função cervical, o índice do peitoral menor, a intensidade de dor e a capacidade funcional. Conclusão: Os pacientes com SIS não apresentam alteração proprioceptiva quando comparados com controles pareados. A avaliação proprioceptiva, a função cervical e encurtamento do peitoral menor destes pacientes não estiveram relacionados à intensidade de dor e incapacidade funcional no ombro. Ambos os grupos não apresentaram diferenças entre a função cervical e o encurtamento do peitoral menor.
Downloads
Publicado
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.