Avaliação da função muscular de quadríceps e isquiotibiais através da dinamometria isocinética em portadores de acromegalia com doença ativa e controlada
Palavras-chave:
Acromegalia, Avaliação da Força Muscular, Dinamometria Isocinética, FadigaResumo
Introdução: Acromegalia é uma endocrinopatia crônica e rara decorrente da produção excessiva do hormônio de crescimento (GH) e do fator de crescimento semelhante à insulina tipo I. Estudos mostram que pacientes acromegálicos possuem menor força muscular periférica e maior fatigabilidade. Por isso, torna-se fundamental uma avaliação mais abrangente da função muscular e o impacto da fadiga na qualidade de vida destes indivíduos. Objetivos: O objetivo geral desse trabalho foi traçar um perfil funcional sobre força e resistência muscular periférica de pacientes com acromegalia. Como objetivos específicos, buscou-se: (1) comparar a força muscular periférica de membros inferiores e membros superiores, nível de atividade física, qualidade de vida e impacto da fadiga entre pacientes acromegálicos e indivíduos saudáveis; (2) correlacionar a força muscular periférica de membros inferiores e membros superiores com o nível de atividade física, qualidade de vida e impacto da fadiga de pacientes com acromegalia; (3) comparar a doença ativa com a doença controlada quanto à funcionalidade da musculatura periférica; e (4) comparar a doença ativa com a doença controlada quanto ao nível de atividade física, qualidade de vida e impacto da fadiga. Métodos: Treze pacientes com doença ativa, 20 pacientes com doença controlada e 21 controles saudáveis pareados por idade, sexo, peso, altura e índice de massa corporal foram submetidos à dinamometria isocinética do joelho nas velocidades angulares de 75º/s e 240º/s e à dinamometria isométrica para avaliação da força de preensão manual. Todos os acromegálicos tiveram seus níveis séricos de hormônio de crescimento (GH) e fator de crescimento semelhante à insulina tipo I dosados, e também responderam ao Questionário Internacional de Atividade Física Forma Curta (IPAQ), Escala de Avaliação Funcional de Terapia de Doença Crônica - Fadiga (FACIT-F), Escala de Impacto da Fadiga (FIS) e Questionário de Qualidade de Vida da Acromegalia (AcroQoL). Resultados: Em relação aos controles saudáveis, os acromegálicos apresentaram reduções significativas no pico de torque, máxima repetição do trabalho e trabalho total, tanto na extensão como na flexão e em ambas as velocidades angulares. A razão agonista/antagonista à 75º/s foi menor nos indivíduos com acromegalia ativa quando comparados aos indivíduos com acromegalia controlada e aos controles saudáveis [46 (38–53) vs. 55 (49–64) vs. 65 (60–68), p = 0,0002]. Em relação aos controles, os pacientes também mostraram redução na força de preensão manual e na FACIT-F e aumento na FIS. Houve correlações significativas entre as medidas obtidas através da dinamometria isocinética e os níveis de GH, força de preensão manual e os questionários de fadiga generalizada, mas não com o AcroQol. Conclusão: Esses achados mostram que acromegálicos apresentam reduzido desempenho muscular tanto em membros superiores como inferiores, assim como desequilíbrios excessivos entre os picos de torques dos isquiotibiais e quadríceps. Além do mais, um pior desempenho muscular está associado com níveis de GH mais elevados e fadiga generalizada mais intensa.
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