Avaliação da capacidade funcional na ataxia espinocerebelar
Palavras-chave:
Ataxia Espinocerebelar, Capacidade Funcional, Atividades de Vida Diária, CondicionamentoResumo
Introdução: A ataxia espinocerebelar (SCA) é uma desordem degenerativa de origem genética autossômica dominante que cursa com alterações de equilíbrio, coordenação e marcha. Essas alterações limitam a independência para realizar atividades cotidianas (AVDs) e reduzem a participação social dos indivíduos, o que pode levá-los a adotar um estilo de vida sedentário e reduzir sua aptidão cardiopulmonar. Instrumentos de
avaliação adequados e viáveis que investiguem a capacidade funcional em atividades cotidianas são necessários para compreender o impacto destas alterações sobre a funcionalidade dos indivíduos. O teste AVD-Glittre (T-Glittre) é uma opção de fácil aplicação e baixo custo que reproduz AVDs de maneira próxima à realidade. Objetivos: Os objetivos deste estudo foram: (i) Avaliar a capacidade funcional de indivíduos com SCA através do T-Glittre ; (ii) Investigar a viabilidade da utilização do T-Glittre nesta população; (iii) Investigar a aptidão cardiorrespiratória submáxima apresentada durante a execução do T-Glittre; e (iv) Investigar a associação entre as medidas de capacidade funcional e as medidas de gravidade da doença, equilíbrio, marcha bem como entre estas e as medidas de aptidão cardiorrespiratória submáxima. Métodos: Trata-se de um estudo transversal que contou com uma amostra de 20 indivíduos diagnosticados com SCA. Os indivíduos foram avaliados através do TGlittre com registro das respostas fisiológicas, Escala de Equilíbrio de Berg (EEB), Scale for the Assessment and Rating of Ataxia (SARA), modified Dynamic Gait Index (mDGI), Inventory of Non-Ataxia Signs (INAS) e Timed Up and go test (TUG). A viabilidade foi avaliada através do registro de eventos adversos. Resultados: Não ocorreu nenhum nenhum evento adverso durante a execução do T-Glittre. O tempo gasto pelos participantes para realizar o T-Glittre [mediana (mínimo - máximo)] foi de 6.5 minutos (4,17-10.57) e o consumo de VO2 foi de 14, 46 ml/kg/min (8,29 – 22,45). Houve correlações significativas entre o tempo gasto para concluir o T-Glittre e a pontuação na EEB (rho= -0.873; < .001), SARA (rho= 0.708; p< .001); mDGI (rho=-0.933; p < 0.001). Conclusão: O T-Glittre é uma forma viável de avaliar a capacidade funcional de indivíduos com SCA e o tempo gasto durante sua execução pode refletir maior ou menor comprometimento motor.
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