Viabilidade de um programa de exercícios para o equilíbrio estático e dinâmico em indivíduos com ataxia espinocerebelar
Palavras-chave:
Ataxia Espinocerebelar, Equilíbrio Postural, MarchaResumo
Introdução: A ataxia espinocerebelar (SCA) é uma afecção autossômica dominante, degenerativa e progressiva, que cursa com alterações do equilíbrio postural e da marcha. Estas alterações aumentam o risco de quedas podendo afetar a independência funcional de seus portadores. Além disso, é sabido que a primeira queixa dos pacientes com SCA relaciona-se às alterações de equilíbrio e, consequentemente, de marcha. Objetivo: Verificar a viabilidade e a segurança de um programa de exercícios para equilíbrio estático e dinâmico em indivíduos com SCA. Adicionalmente, o desempenho na marcha, equilíbrio, independência funcional, presença de sinais não-atáxicos, gravidade da doença e risco de quedas foram avaliados antes e depois da implementação do programa. Métodos: Trata-se de um estudo quase-experimental do tipo pré-pós, que contou com uma amostra composta por 13 indivíduos diagnosticados com SCA. Os participantes foram avaliados, antes e após a aplicação de um programa de exercícios para equilíbrio estático e dinâmico, ambos associados com graus de dificuldade progressivamente maiores, realizado em 18 sessões, com frequência de 3 vezes por semana. Eventos adversos foram computados, e a viabilidade foi avaliada pela possibilidade do indivíduo de finalizar o programa de tratamento e pela capacidade dos indivíduos de realizar os exercícios. As avaliações foram compostas por análise cinemática da marcha, posturografia e os seguintes instrumentos de avaliação: Escala de
Equilíbrio de Berg (EEB), Scale for the Assessment and Rating of Ataxia (SARA), modifiedDynamicGait Index (mDGI), Inventoryof Non-Ataxia Signs (INAS), Timed Up and go test (TUG) e Four Stage balance test (4Stage). O nível de significância estatística considerado foi o de p<0,05. Resultados: Foram encontradas diferenças significativas nas comparações antes e após a intervenção para as escalas SARA (p = 0,006), EEB (p = 0,004), mDGI (p = 0,003), TUG (p = 0,006) e 4Stage (p = 0,007), o que indica uma melhora do equilíbrio (tanto estático quanto do dinâmico) e da gravidade da doença. Não houve interferência sobre os sinais atáxicos. Ao longo da intervenção, os participantes não sofreram lesões, injúrias nem houve qualquer outro evento adverso. Conclusão: O programa de exercícios do presente estudo foi viável e seguro de ser aplicado, além de proporcionar benefícios para o equilíbrio estático e
dinâmico em uma amostra de indivíduos com SCA nos estágios 1 e 2 da ataxia.
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