Controle postural e atividade neuromuscular durante a realização de testes de estabilidade funcional em indivíduos com e sem risco de lesão de membro inferior
Palavras-chave:
Controle Postural, Teste De Estabilidade Y, Lesão Musculoesquelética, ReabilitaçãoResumo
Introdução: Testes de estabilidade postural dinâmica são frequentemente utilizados em períodos de pré-temporada de eventos esportivos para identificar indivíduos em risco de lesão musculoesquelética. Contudo, ainda há pouca informação a respeito das possíveis alterações neuromusculares relacionadas com o baixo desempenho em tais testes. Objetivo: Investigar o deslocamento postural e a atividade neuromuscular durante a realização de testes de estabilidade dinâmica. Métodos: Um total de 26 indivíduos (15 homens) saudáveis e fisicamente ativos realizaram o Star Excursion Balance Test (SEBT) sobre uma plataforma de força, enquanto a atividade eletromiográfica (EMG) dos músculos tibial anterior (TA) e gastrocnêmio medial (GM) eram adquiridos. Os dados da tarefa de alcance anterior foram considerados para classificação dos indivíduos (“alto risco”, N=8; “baixo risco”, N=18), para classificação do membro inferior em baixo ou alto desempenho (cada indivíduo teve seus membros inferiores classificados de acordo com a diferença do desempenho de alcance), e para análise dos sinais. Medidas descritivas do deslocamento postural, obtido pelas coordenadas do centro de pressão (CP), do EMG e da relação temporal entre ambos os sinais foram calculados. Uma ANOVA de dois fatores (grupo versus desempenho de membro inferior) de modelo misto foi utilizada para análise estatística, considerando um limiar estatístico de 5%. Resultados: Houve uma diferença significativa entre grupos para o membro inferior de baixo desempenho (63±3 vs. 67±5%, alto-risco vs. baixo-risco, respectivamente; t=-2,162, P=0,044, d=0,860), mas não para o membro inferior de alto desempenho (68±4 vs. 68±5%; t=0,009, P=0,993, d=0,004). O membro de baixo desempenho do grupo de alto-risco exibiu uma menor associação entre o EMG do TA e o CP anterior (F=4,421; P=0,046; η2=0,156), maior atraso temporal entre o EMG do GM e o CP lateral (F=7,528; P=0,011; η2=0,239) e maior associação anti-fase entre o EMG do TA e o CP lateral (F=7,267; P=0,013; η2=0,232). Conclusão: Mais do que o perfil de deslocamento postural, o padrão de atividade neuromuscular do membro inferior de menor desempenho, e do grupo classificado como “alto risco” se mostra alterado, indicando um possível comprometimento na função de estabilização da articulação do tornozelo, principalmente no eixo lateral, o que pode ser um dos fatores desencadeadores de lesões no membro inferior.
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