Efeitos da fadiga muscular das extremidades inferiores nas estratégias de movimento registradas por mapeamento posturográfico

Resumo

Introdução: A fadiga é um sintoma angustiante, inversamente relacionado à estabilidade postural em adultos com doenças neuromusculares e sistêmicas. No entanto, não há informações sobre os efeitos da fatigabilidade dos músculos dos membros inferiores nas estratégias de movimento para o controle do equilíbrio na posição ortostática. Métodos: Este estudo incluiu 41 indivíduos saudáveis (sexo feminino/masculino: 22/19; idade 23 ± 3 anos; índice de massa corporal 25,4 ± 3,7 kg/m2). Os participantes foram submetidos a posturografia e eletromiografia de superfície do músculo gastrocnêmio medial durante uma contração voluntária e fatigante precedida e seguida da postura quieta (120s). A excitação muscular e a fatigabilidade foram avaliadas usando os valores da raiz quadrada média (RMS) e as inclinações da RMS e da frequência mediana espectral (f'()). O controle postural foi avaliado usando a área elíptica do centro de pressão (Area) e velocidade média (Vavg). As estratégias de movimento para controle de equilíbrio foram avaliadas usando o número de regiões de alta densidade (nHDR) e padrões espaciais do estatocinesiograma tridimensional. Resultados: O tempo médio de fatigabilidade muscular foi de 258 ± 190 s. O teste de Wilcoxon mostrou que tanto a Area quanto a Vavg aumentaram após a tarefa fatigante com evidência estatística de diferença (Area: p = 0,002, W = 191,0; Vavg: p <0,001, W = 126,5), mas não para nHDR (p = 0,557, W = 153,0). Padrões espaciais unicêntricos foram predominantes em ambas as tarefas (pré-fadiga: n = 22/41; pós-fadiga: n = 19/41), sem evidência estatística de associação entre os padrões espaciais e tarefas (g = 0,237, IC95% = [-0,338; 0,542]). Conclusão: A fatigabilidade muscular dos membros inferiores aumenta a instabilidade postural, mas não está associada a mudanças nas estratégias de movimento para controle do equilíbrio na postura ereta.