Acurácia diagnóstica do inventário de sensibilização central para detecção do comprometimento do sistema inibitório nociceptivo descendente em pacientes com dor musculoesquelética crônica
Palavras-chave:
Dor Musculoesquelética, Dor Crônica, Sensibilização CentralResumo
Introdução: O aspecto persistente da dor musculoesquelética tem sido associado com a sensibilização central (SC). A ineficiência do sistema inibitório nociceptivo descendente (DNIS, descending nociceptive inhibitory system) é um componente da SC, e o Inventário de Sensibilização Central (CSI, Central Sensitization Inventory) é o questionário mais amplamente utilizado para a identificação de pacientes com SC. Entretanto, existe uma lacuna na investigação da validade de critério e da acurácia diagnóstica do CSI em comparação com o teste psicofísico para medir a eficiência do DNIS em pacientes com dor musculoesquelética crônica. Objetivo: Analisar a validade concorrente e a acurácia diagnóstica do CSI para detecção do comprometimento do DNIS em pacientes com dor musculoesquelética crônica. Métodos: Um estudo de validade concorrente e acurácia diagnóstica foi conduzido em 267 pacientes com dor musculoesquelética crônica recrutados consecutivamente em ambulatórios. A validade concorrente e a acurácia diagnóstica do CSI (método índice) foi comparada com o Teste de Pressão ao Frio (CPT, Cold Pressor Test), que foi a medida psicofísica da DNIS (padrão de referência). O coeficiente de correlação de Spearman avaliou a validade concorrente do CSI e medidas de acurácia diagnóstica foram realizadas. Resultados: Noventa e três (34,83%) participantes apresentaram valores no CSI 40, enquanto 204 (76,40%) participantes apresentaram valores no CSI 22. Uma correlação negative, mas não significante foi observada entre os resultados do CSI e o CPT na região dorsal do antebraço (rs = - 0,009, p = 0,886) e no músculo tibial anterior (rs = -0,119, p = 0,052). O ponto de corte de 22 no CSI demonstrou alta sensibilidade (70,37%, 95%IC 56,39, 82,02), alto valor
preditivo negativo (74,60%, 95%IC 64,46, 82,63) e baixa acurácia (31,84%, 95%IC, 26,29, 37,79). O ponto de corte de 40 no CSI demonstrou baixa sensibilidade (35,19%, 95%IC 22,68, 49,38), moderada especificidade (65,26%, 95%IC 58,45, 71,63) e alto valor preditivo negativo (79,89%, 95%IC 76,12, 83,18) quando comparado com o CPT. A análise da curva ROC identificou uma área abaixo da curva de 0,54 (95% IC 0,45 – 0,63, p = 0,395). Conclusão: O CSI é um instrumento inútil para a detecção do comprometimento do DNIS em pacientes com dor musculoesquelética crônica devido à ausência de correlação com o CPT e à acurácia diagnóstica insuficiente.
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