A identificação de determinadas características clínicas que podem interferir no quadro clínico e no tratamento de pacientes com dores musculoesqueléticas

Resumo

Introdução: Estudar a dor musculoesquelética é importante porque trata-se de um problema de saúde comum e impactante que afeta indivíduos, sistemas de saúde e a sociedade em geral. Novos estudos permitem melhorar o diagnóstico e o tratamento dessa condição. Objetivo: A presente tese objetivou identificar determinadas características clínicas que podem interferir no quadro clínico e no tratamento de pacientes com dores musculoesqueléticas. Métodos: Essa tese foi composta por 06 (seis) artigos com diferentes delineamentos de estudo de acordo com cada objetivo. Três artigos transversais investigaram potenciais características clínicas que podem interferir no quadro clínico de pacientes com dores musculoesqueléticas. Um artigo avaliou a correlação entre o índice de dor espalhada e o software painMAP para avaliar as áreas de dor em pacientes com dor espalhada. Um editorial fornece orientação aos fisioterapeutas sobre o tratamento da dor após o coronavírus 2019 (COVID-19). Uma revisão sistemática visou identificar o efeito neurofisiológico da mobilização neural em pacientes com o fenótipo de dor neuropática. Resultados: O subtópico 2.2.1 mostra que pacientes com letramento em saúde inadequado tiveram níveis mais elevados de intensidade da dor e a cinesiofobia em comparação aos demais grupos. O subtópico 2.2.2 revela que pacientes com fibromialgia possuem níveis mais elevados de intensidade de dor, presença de sintomas neuropáticos e presença de sintomas de sensibilização central, quando comparados a pacientes com dor espalhada. A mesma população foi investigada no subtópico 2.2.3 que verificou uma correlação positiva fraca entre o índice de dor espalhada e o software painMAP para avaliar as áreas de dor em pacientes com dor espalhada. Os resultados do subtópico 2.2.4 revelaram que o XGBoost possui potencial na previsão da eficácia da modulação condicionada da dor em pacientes com dor musculoesquelética. A carta apresentada no subtópico 2.2.5 orienta os fisioterapeutas sobre o fornecimento do tratamento da dor após um episódio de coronavírus 2019 (COVID-19). A revisão sistemática apresentada no tópico 3.1 mostra que há melhora na área de secção transversa de pacientes com dor neuropática periférica após a mobilização neural de acordo com evidências de qualidade muito baixa. Além disso, evidências de qualidade muito baixa a moderada sugere que a mobilização neural foi superior ao controle na melhoria da velocidade de condução motora e sensorial em pacientes com dor neuropática periférica. Conclusão: A presente tese apresenta uma série de achados importantes relacionados à dor musculoesquelética, incluindo a influência do letramento em saúde, características de dor em pacientes com fibromialgia, correlação entre índice de dor espalhada e software painMAP, a eficácia do modelo treinado utilizando o algoritmo (XGBoost) na previsão da modulação condicionada da dor, orientações para tratamento fisioterapêutico pós-COVID-19 e que a mobilização neural foi capaz de melhorar a área de secção transversa (evidências de qualidade muito baixa) e as velocidades de condução motora e sensorial (evidências de qualidade muito baixa a moderada) em pacientes com dor neuropática periférica. Esses resultados destacam a complexidade da dor musculoesquelética e oferecem percepções valiosas para profissionais de saúde e pesquisadores, contribuindo para um melhor entendimento e manejo dessa condição clínica