Limitações funcionais e dor musculoesquelética tardia em indivíduos com covid longa

Autores

  • Ricardo Bezerra Duarte Neto Autor

Palavras-chave:

COVID Longa, Dor Musculoesquelética, Estado Funcional

Resumo

Introdução: As repercussões clínicas agudas da infecção pelo SARS-COV-2 vem sendo amplamente estudadas atualmente devido ao cenário da pandemia da COVID-19, entretanto, as possíveis repercussões tardias, características da COVID Longa, ainda não foram bem definidas na literatura. Objetivo: Identificar limitações funcionais e possíveis variáveis associadas à dor musculoesquelética tardia em indivíduos com COVID Longa. Métodos: Neste estudo observacional transversal, foram incluídos indivíduos com teste positivo para COVID-19 que foram atendidos no Hospital Central da Polícia Militar do Rio de Janeiro (HCPM-RJ). Foram coletados
dados clínicos e aplicados os seguintes instrumentos de medida: escala numérica de dor (END); Post-COVID Functional Scale (PCFS); pictograma da fadiga, Escala de Berg e Teste de Caminhada de 10 metros. Foram realizadas análises de correlação entre as variáveis e, também, comparação de subgrupos, comparando as médias entre indivíduos com dor e sem dor para as variáveis clínicas coletadas, e comparando as médias entre indivíduos internados e não internados para as mesmas variáveis clínicas. Foi realizada ainda uma análise de regressão linear, considerando a intensidade de dor como variável dependente e as variáveis tempo de internação, tempo de CTI, tempo de tubo oro-traqueal como variáveis independentes. Resultados: Foram avaliados 195 pacientes com média de idade de 54,74 anos (±11,12 anos). A população apresentou média de 119,8 (±1,9) dias pós diagnóstico, considerando o momento da avaliação. Dos participantes incluídos, 112 (57,43%) apresentavam dor musculoesquelética. A média da END foi 2,2 (± 2,3) pontos. Foi observado que o grupo com dor apresentava níveis elevados de fadiga; maior limitação funcional na PCFS, maior risco de queda na escala de BERG e menor velocidade de marcha quando comparados com o grupo sem dor. O grupo de indivíduos que foram internados apresentou também piores índices de funcionalidade. Foram encontradas correlações significativas entre dor e as seguintes variáveis: tempo de uso de oxigênio (r=0,21; p=0,003); tempo de CTI (r=0,22; p=0,002); tempo de ventilação mecânica invasiva (r=0,35; p=0,00) e fadiga (r=0,50; p=0,00). Indivíduos internados demonstraram mais chance de apresentar dor musculoesquelética tardia quando comparados aos não internados (OR=1,42: IC95% 1,09-2,04). Foi identificado que as variáveis tempo em CTI (β=0,234: P=0,001) e tempo de entubação orotraqueal (β=0,764: P=0,001) foram preditoras da intensidade de dor [F(2,192)=18,559; R2=0,231; P=0,001]. Conclusão: Indivíduos acometidos pela COVID-19 apresentaram dor musculoesquelética, fadiga e limitação funcional mesmo após três meses do momento do diagnóstico. Houve correlação entre dor musculoesquelética
com o tempo de suporte de oxigênio, tempo de CTI e com o tempo de ventilação mecânica invasiva. Indivíduos que foram internados demonstraram mais chance de apresentar dor musculoesquelética e as variáveis tempo de internação em CTI e
tempo de suporte em ventilação mecânica invasiva foram preditoras da intensidade de dor musculoesquelética tardia.

Downloads

Publicado

2025-07-07

Edição

Seção

Dissertações

Categorias

Como Citar

Limitações funcionais e dor musculoesquelética tardia em indivíduos com covid longa. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 12(1), 83. https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/269

Artigos Semelhantes

1-10 de 156

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.