Associação entre características funcionais basais e intervenções fisioterapêuticas com mortalidade por covid-19 em pacientes com doenças cardiovasculares internados em unidade de terapia intensiva

Autores

  • Chiara Andrade Silva Autor

Palavras-chave:

Hospitalização, Fisioterapia, Reabilitação, SARS-CoV-2

Resumo

Introdução: Uma maior incidência de infecção por SARS-CoV-2 está sendo observada em pacientes com doenças cardiovasculares, levando ao aumento de taxas de internação hospitalar nesta população. Entretanto, se as características funcionais de admissão na UTI e as intervenções fisioterapêuticas estão associados ao estado funcional na hospitalização e ao risco de morte nesta população, é incerto. Objetivo: Estimar se resultados funcionais basais e a exposição a intervenções fisioterapêuticas estão associados à taxa de mortalidade em pacientes com doença cardiovascular e COVID-19. Local: Unidade de terapia intensiva de um hospital privado de nível fundamental a terciário localizado em Curitiba, Paraná, Brasil. População: Pacientes com doença cardiovascular internados em unidade de terapia intensiva internados de fevereiro a novembro de 2020. Métodos: Esta coorte retrospectiva analisou 100 pacientes internados em UTI (média [DP] 75 [16] anos; feminino/masculino 49/51; COVID-19 positivo/negativo: 58/42) submetidos à
fisioterapia de rotina intervenções - principalmente suporte ventilatório, cinesioterapia e mobilidade - até a alta da UTI ou morte. Os pacientes foram divididos em COVID-19 + ou COVID-19– para investigar a associação de seu estado clínico com a exposição a intervenções fisioterapêuticas selecionadas. A associação de morte na UTI com resultados funcionais basais e intervenções fisioterapêuticas foi investigada por meio de modelos de regressão univariável e multivariável. Resultados: A mortalidade
na UTI foi de 37%, sendo maior para o grupo COVID-19 + (odds ratio, OR [IC 95%]: 3,2 [1,37-7,47], p = 0,008). A mortalidade na UTI foi mais provável em pacientes expostos à ventilação mecânica invasiva em decúbito dorsal (22,71 [8,28-70,76], p <0,001) ou posição prona (4,74 [1,42-18,74], p = 0,016), oxigenioterapia (8,75 [ 2,34-57,11], p = 0,005) ou recrutamento alveolar (10,06 [3,25-38,35], p <0,001). Mobilidade restrita (24,90 [6,77-161,94], p <0,001) e cinesioterapia passiva (30,67 [9,49-139,52], p <0,001) foram associadas à morte na UTI, enquanto a cinesioterapia ativa (0,13 [0,05-0,32], p < 0,001), em pé (0,12 [0,05-0,30], p <0,001) ou caminhando (0,10 [0,03-0,27], p <0,001) foram associados à alta da UTI. A morte dentro da UTI foi associada a um escore IMS inferior (0,81 [0,71-0,91], p = 0,001). Conclusão: A exposição a intervenções fisioterapêuticas de rotina está associada à taxa de mortalidade e aos resultados funcionais basais em pacientes com doenças cardiovasculares. Os efeitos protetores das intervenções de fisioterapia de rotina foram maiores quando os pacientes podem progredir de atividades de cinesioterapia passiva para ativa. Pacientes que progridem mais nas atividades em pé e caminhada parecem experimentar um efeito de sobrevida maior. Impacto da reabilitação clínica:
O planejamento de intervenções fisioterapêuticas destinadas a reduzir a letalidade na UTI entre pacientes com doenças cardiovasculares e COVID-19 deve se concentrar na progressão de atividades de cinesioterapia passiva para ativa e atividades de
mobilidade.

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Publicado

2025-07-03

Como Citar

Associação entre características funcionais basais e intervenções fisioterapêuticas com mortalidade por covid-19 em pacientes com doenças cardiovasculares internados em unidade de terapia intensiva. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 11(2), 79. https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/239

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