Avaliação da capacidade funcional, das atividades de vida diária e da qualidade de vida após 6 meses da alta hospitalar para tratamento da covid-19

Resumo

Introdução: A COVID-19 é descrita como uma doença respiratória grave, a qual acomete principalmente as vias respiratórias inferiores, desencadeando pneumonia e SARS. A doença pode deixar sequelas funcionais persistentes significativas nos pacientes com maior tempo de hospitalização e uso de suporte ventilatório, como dispneia, fadiga, mialgia e fraqueza muscular. Objetivo: Avaliar os impactos funcionais, nas atividades de vida diária e qualidade de vida relacionada a saúde em pacientes pós hospitalização por evolução da COVID-19 após 6 meses da alta hospitalar. Métodos: Participaram 130 pacientes com PCR+ para o SARS-COV-2 de idade média (58,2 ± 11,14 anos) maioria masculina (74%) com necessidade de internação hospitalar que foram avaliados pelo TC6min, AVD Glittre, Dinamometria e questionário SF-36 após 6 meses a alta hospitalar. Resultados: Obteve-se média de 25,03±1,04 dias de internação, 62,3% com VMI de duração média de 13,02 ± 9,99 dias e uso de O2 por 23,2 ± 1.13 dias. Observou-se maior limitação funcional (88%[n=71] e 51%[n=25]; p <0.004) nos pacientes ventilados mecanicamente. Estes também apresentaram redução do TC6min (DTC6min: mediana [IQR] 295[12,80] vs 267[7,20]m, p<0.001); Teste de AVD Glittre (mediana 3,0[0,20] vs 4,9[0,60] min, p<0.001) e a Dinamometria do membro superior dominante (MSd) (mediana 26,0[0,90] vs 18,0[0,70] kg, p<0,001)) menor QVRS global (QVRS SF-36 [IQR] 55[15,00] vs 40[12,00], p<0.001) e pior QVRS domínio aptidão física (SF-36 função física [IQR] 60[15,00] vs 40[10,00], p <0.001). Conclusão: Pacientes com maior tempo de hospitalização e uso VMI apresentaram maior prevalência de sintomas que causam limitação da capacidade funcional, limitação para as AVD e redução da qualidade de vida após 6 meses a alta hospitalar.