Avaliação da capacidade funcional, das atividades de vida diária e da qualidade de vida em sobreviventes da síndrome respiratória aguda grave (srag) por evolução da covid – 19 após 3 anos da alta hospitalar

Autores

  • Washington da Silva Matos Autor

Palavras-chave:

COVID-19, Capacidade Funcional, Atividades Cotidianas, Qualidade de Vida

Resumo

Introdução: A COVID-19 causou > 7 milhões de mortes em todo o mundo desde seu início em 2019. Embora a gravidade da doença tenha variado ao longo da pandemia, a doença crítica relacionada à COVID-19 persiste. Os sobreviventes da doença crítica da COVID-19 podem ficar com sequelas do vírus SARS-CoV-2 e efeitos de longo prazo da doença crítica incluídos na síndrome pós- terapia intensiva. Dada a complexidade e heterogeneidade da doença crítica da COVID-19, modelos preditivos da persistência de sintomas podem auxiliar na avaliação e tratamento de sobreviventes, incluindo políticas públicas que integrem domínios da estrutura, do nível de atividade e participação dos sobreviventes. Métodos: Estudo transversal que avaliou 102 voluntários sobreviventes da forma grave da COVID-19 e que necessitaram de internação hospitalar. Todos os voluntários foram avaliados clinicamente e funcionalmente pelo TC6min, teste de AVD Glittre (TGlittre), Dinamometria de preensão palmar e pelo questionário SF-36 após 3 anos da alta hospitalar. Resultados: A amostra foi composta por adultos e idosos (62,2±11,14 anos), composta por maioria masculina (n=71; 69,6%) com função pulmonar evidenciando um comportamento restritivo leve (mediana, % [IQR] da CVF, VEF1/CVF e VEF1 foram 68 [12,8]; 83 [12,4]; 69 [15,9], respectivamente. Dos 102 voluntários, 64 (62,74%) necessitaram de ventilação mecânica invasiva (VMI), com tempo de IH de 20,03±1,04 e tempo de VMI de 13,02±9,99 dias. Observamos uma prevalência de limitação funcional significativamente maior (57,8%[n=37] vs 5,88%[n=6]; p<0.001) em pacientes que foram ventilados mecanicamente, com uma razão de chances (odds ratio) de 4,82, o que representa que pacientes ventilados mecanicamente apresentam quatro vezes mais chance de apresentar limitação funcional 36 meses (3 anos) após a alta hospitalar e um risco relativo de 1,89. Nossos resultados também demonstram que os pacientes ventilados mecanicamente apresentaram menor DTC6min e maior tempo no TGlittree, 36 meses após a alta hospitalar (DTC6min: mediana 395[12,80] vs 327[7,20]m, p<0.001); TTGlittre: 3,4[0,20] vs 4,12[0,60] min, p<0.001). Além da redução da capacidade funcional previamente descrita, observamos que os pacientes ventilados mecanicamente apresentaram pior QVRS global (QVRS SF-36: mediana [IQR] 68[15,00] vs 60[12,00], p<0.03) e pior QVRS domínio aptidão física (SF-36 função física: mediana [IQR] 68[15,00] vs 50[10,00], p<0.001), após 36 meses da alta hospitalar. Conclusão: 3 anos depois da alta hospitalar, sobreviventes da forma grave da COVID-19 e que necessitaram de uso de suporte ventilatório invasivo apresentaram maior prevalência de redução da capacidade funcional, menor tolerância ao exercício e limitação para as atividades de vida diária com pior qualidade de vida.

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Publicado

2025-07-14

Edição

Seção

Dissertações

Categorias

Como Citar

Avaliação da capacidade funcional, das atividades de vida diária e da qualidade de vida em sobreviventes da síndrome respiratória aguda grave (srag) por evolução da covid – 19 após 3 anos da alta hospitalar. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 14(1), 84. https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/361

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