Caracterização da funcionalidade de indivíduos com covid-19
Palavras-chave:
COVID-19, Doenças do Sistema Nervoso, Sistema Neuromuscular, Inflamação, Disfunção MotoraResumo
Introdução: O ano de 2019 foi marcado por casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave Coronavírus-2 (SARS-CoV-2). A doença causada por essa infecção foi nomeada como Doença por Coronavírus 2019 (COVID-19). Além de comprometer o sistema respiratório, também foram identificados distúrbios neurológicos e musculoesqueléticos. Essas disfunções e todo o contexto ambiental e pessoal podem interferir na funcionalidade dos pacientes. Objetivo: Caracterizar a funcionalidade de pacientes infectados pelo SARSCoV-2, internados em unidade semi-intensiva. Métodos: Um estudo transversal com 60 indivíduos internados em Unidade Semi-Intensiva, com idade entre 18-80 anos e infecção por SARS-CoV-2 confirmada. Inicialmente foram coletados dados sociodemográficos e clínicos e posteriormente os seguintes testes foram realizados: Escala de Estado Funcional em UTI ( FSS-ICU) e Teste de Alcance Funcional (TAF). Parâmetros da marcha foram avaliados com dois acelerômetros triaxiais posicionados sobre o tronco e sobre o processo espinhoso de L5. Exames laboratoriais e dados clínicos foram utilizados para avaliar o grau de inflamação (cHIS) e de gravidade da doença (Escala Ordinal de Melhora Clínica). As variáveis computadas para avaliar a funcionalidade dos pacientes foram: pontuação no FSS-ICU, tempo de execução de transições posturais, distância do TAF, comprimento e velocidade do passo. O teste de correlação de Spearman foi utilizado para investigar possíveis relações entre as pontuações do cHIS e da Escala Ordinal de Melhora Clínica com os parâmetros avaliados. A distância do TAF e os parâmetros da marcha foram normalizados calculando o escore-Z. Resultados: Foi identificado que os sinais e sintomas respiratórios e neurológicos mais frequente foram: pneumonia (48.3%) e fadiga/desconforto (61.6%). No presente estudo, 21% dos pacientes tiveram valores de alcance no TAF abaixo
de -2 escores-Z. Para os parâmetros da marcha pelo menos 96% dos pacientes tiveram valores abaixo de -2 escores-Z. Não houve correlação entre as pontuações do cHIS e da Escala Ordinal de Melhora Clínica com o tempo de execução das tarefas de transferências, os parâmetros da marcha, a pontuação da FSS-UCI e a distância da TAF. Conclusão: Pacientes internados na unidade semi-intensiva devido a infecção pela COVID-19, classificados com doença leve, podem apresentar comprometimento na funcionalidade, principalmente em relação à marcha. A caracterização da funcionalidade pode auxiliar os fisioterapeutas no enfrentamento da COVID-19, otimizando a evolução dos pacientes e, com isso, proporcionando maior independência e qualidade de vida.
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