Avaliação da capacidade funcional em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica através do teste de avd-glittre incorporando as medidas de ventilação pulmonar

Autores

  • Cristiane Chaves Marcelino da Costa Autor

Palavras-chave:

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Hiperinsuflação Dinâmica, Capacidade Funcional, Qualidade de Vida Relacionada à Saúde

Resumo

Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é reconhecida como uma condição que apresenta vários mecanismos fisiopatogênicos pulmonares e extrapulmonares que contribuem para a carga da doença. O processo inflamatório frequentemente leva à limitação ao fluxo aéreo e hiperinsuflação pulmonar (HP). Além de ser um “traço tratável", a HP é um importante determinante de limitação ao exercício, pois interfere na morbidade e mortalidade da DPOC. Objetivo: Avaliar a capacidade funcional ao exercício de indivíduos com DPOC incorporando medidas da ventilação dinâmica e identificar os contribuintes para a HD induzida pelo TGlittre, especialmente o papel da doença de pequenas vias aéreas (DPVA). Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal realizado no Laboratório de Função Pulmonar do Serviço de Pneumologia da Policlínica Universitária Piquet Carneiro da, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foram avaliados 54 pacientes com diagnóstico de DPOC, de ambos os sexos. Os participantes elegíveis responderam ao questionário de qualidade de vida Saint George's Respiratory Questionnaire (SGRQ) e o COPD Assessment Test (CAT). Adicionalmente, os pacientes realizaram testes de função pulmonar, incluindo espirometria e oscilometria de impulso (IOS). Por fim, os participantes fizeram avaliação funcional durante o exercício através do Teste de AVD-Glittre (TGlittre), ao qual foram incorporadas as medidas de ventilação pulmonar por meio do Spiropalm®. Resultados: No TGlittre 30 (55,6%) participantes mostraram HD ao final do teste (grupo HD), enquanto 24 (44,4%) não a mostraram (grupo NHD). Embora os participantes do grupo HD demoraram mais tempo para concluir as tarefas do TGlittre, não houve diferença estatística entre os dois grupos (145 ± 35 vs. 139 ± 23 % predito, p=0,50). Em relação à IOS, este exame foi alterado em 27 (90%) participantes do grupo HD e em apenas 9 (37,5%) do grupo NHD (p<0,0001), com o grupo HD apresentando maiores valores na área sob curva de reatância (Ax) e frequência de ressonância (Fres). Os valores medianos de Fres [(8 (4,3–17,9) vs. 2,8 (2,3–4,7)] e de Ax [(24,7 (17–46) vs. 6,1 (4–9)] foram maiores no grupo HD, com diferenças significantes entre eles (p<0,0001 para ambas as variáveis). A HD correlacionou significativamente com Fres (rs=-0,604, p<0.0001), Ax (rs=-0,652, p<0,0001) e vários domínios dos SGRQ e escores do CAT. Na análise de regressão multivariável, Fres e Ax explicaram 49% da variabilidade da HD. Assim, pacientes com DPOC que fazem HD durante o TGlittre têm IOS mais alterada. Nesses pacientes, quanto mais acentuada é a HD, pior os parâmetros da IOS, maior o impacto dos sintomas e mais deteriorada a qualidade de vida relacionada à saúde. Além do mais, a doença de pequenas vias aéreas explica fortemente a HD nesta população de pacientes. Conclusão: Pacientes com DPOC que fazem HD durante o TGlitre têm IOS mais alterada. Nesses pacientes, quanto mais acentuada é a HD, pior os parâmetros da IOS, maior o impacto dos sintomas e mais deteriorada a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). Além do mais, a DPVA explica fortemente a HD nesta população de pacientes.

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Publicado

2025-07-14

Edição

Seção

Dissertações

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Como Citar

Avaliação da capacidade funcional em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica através do teste de avd-glittre incorporando as medidas de ventilação pulmonar. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 14(1), 141. https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/345

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