Desenvolvimento e validação de modelos explanatórios da estabilidade postural por plataforma de força
Palavras-chave:
Quedas acidentais, Biomecânica, Equilíbrio postural, Reabilitação, Modelos EstatísticosResumo
Introdução: Embora muitos determinantes do equilíbrio já tenham sido examinados, poucos estudos integraram características pessoais e relacionadas à tarefa em modelos multivariáveis de predição com validação interna. Objetivo: Desenvolver e validar internamente modelos de efeitos mistos capazes de prever a área elíptica de 95% do centro de pressão (COP) e a velocidade média do COP em adultos saudáveis, com base em fatores pessoais e experimentais. Métodos: Análise secundária de um conjunto de dados público contendo 163 adultos realizando doze testes de posturografia de 60 segundos em condições randomizadas (superfície rígida/espuma; olhos abertos/fechados). Os preditores incluíram idade, sexo, altura corporal, peso corporal, visão, tipo de superfície e base de suporte. Modelos lineares de efeitos mistos foram desenvolvidos em participantes sem
histórico de quedas (n=121) e validados internamente naqueles com ≥1 queda (n=42). O desempenho foi avaliado por meio de R² marginal e condicional, erro quadrático médio (RMSE), inclinação/intercepto da calibração e análises dos limites de concordância.
Resultados: A superfície de espuma e a privação visual foram os preditores mais fortes de oscilação postural, seguidos pela idade. A altura mostrou efeitos pequenos, porém estatisticamente significativos, enquanto sexo e massa corporal tiveram pouca influência. O modelo de velocidade do COP apresentou desempenho explicativo e
preditivo robusto (R² marginal=0.821; R² condicional=0.925; R² de validação=0.688; RMSE=0.832). A inclinação de calibração (1.100) e o intercepto (−0.017) indicaram viés sistemático mínimo. O modelo de área do COP explicou proporção similar da variância durante o desenvolvimento (R² marginal=0.820; R² condicional=0.894), mas apresentou desempenho de validação mais fraco (R²=0.501; RMSE=1.320) e limites de concordância amplos. Conclusão: A velocidade do COP pode ser prevista de maneira robusta a partir de fatores pessoais e relacionados à tarefa, apresentando forte validade interna e apoiando seu uso como métrica de referência em pesquisas e avaliações clínicas. A área do COP demonstrou generalização limitada e requer refinamento metodológico e validação externa antes de sua aplicação clínica.
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