Liberação miofascial do tracto iliotibial e o comportamento eletromiográfico dos músculos estabilizadores patelares: um estudo experimental
Palavras-chave:
Tracto Iliotibial, Liberação Miofascial, EletromiografiaResumo
Introdução: O encurtamento do tracto iliotibial tem demonstrado uma relação direta com alterações do posicionamento patelar e dores na região ântero-lateral do joelho. Uma das estratégias cinesioterapêuticas mais utilizadas para liberar as restrições de partes moles são as técnicas miofasciais. Por outro lado, são escassos os estudos sobre os efeitos apresentados por esta técnica como também as possíveis repercussões neurofisiológicas sobre os tecidos, em especial no membro inferior. Objetivo: Avaliar a influência da liberação miofascial sobre o tracto iliotibial no comportamento do sinal eletromiográfico dos músculos vasto medial obliquo (VMO), vasto lateral longo (VLL), vasto lateral obliquo (VLO) e glúteo médio (GMed) em indivíduos com encurtamento do tracto iliotibial, durante uma tarefa funcional. Métodos: Nesse estudo clínico foram avaliadas 18 mulheres sem queixas dolorosas com encurtamento do tracto iliotibial. Todas foram submetidas a análise eletromiográfica do VMO, VLL, VLO, GMed, durante a tarefa de subida e descida do degrau, nos momentos pré e pós-liberação miofascial, realizada através da técnica de Miofibrólise Terapêutica. Para controle do ângulo de projeção no plano frontal, do joelho, foram coletados dados da adução do joelho de maneira simultânea e analisados através de videocinematografia 2D. Esta sequência foi repetida 24 horas após a primeira sessão. Para análise dos parâmetros espaço-temporais foi observado: Adução do quadril (valgo do joelho). Os dados analisados da eletromiografia (EMG) foram Root Mean Square (RMS), Ordem de ativação e Duração da tarefa. A comparação pré e pós-liberação miofascial foi realizada através do teste Wilcoxon, com nível de significância de 5%. Resultados: Os resultados do teste de Ober apresentaram um ganho para adução do quadril, pós-liberação miofascial, com um aumento significativo de 6° de amplitude de movimento (p =0,002). Apesar da melhora da mobilidade do tracto iliotibial, não foram encontradas diferenças significativas na atividade eletromiografica e na duração da tarefa do VMO, VLL, VLO e GMed nos valores obtidos nos momentos pré e pós-liberação miofascial. Ao analisar a proporção de ativação, no primeiro dia, durante a subida do degrau, os dados demonstraram que o VMO foi proporcionalmente o primeiro músculo a ser ativado em 42,6% no momento pré e 38,9% no pós-liberação. Durante a descida, podemos observar a presença marcante do GMed como primeiro musculo a ser ativado, sendo observado uma diminuição na proporção de ativação nos sinais estudados do muscúlo GMéd, do momento pré-liberação miofascial, 44,4%, para o momento pós-liberação miofascial, 31,5% no segundo dia. O ângulo de adução do quadril (valgo dinâmico no joelho) não apresentou diferença entre os momentos pré e pós-liberação miofascial. Conclusão: A liberação miofascial do TIT, apesar de apresentar resultados na melhora da mobilidade e amplitude de movimento de adução do quadril, durante o teste de Ober, não foi capaz de alterar o comportamento eletromiográfico dos músculos VMO, VLL, VLO e Gméd.
Downloads
Publicado
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.