Impacto do programa de reabilitação física na qualidade de vida de pacientes com acromegalia: ensaio clínico não randomizado
Palavras-chave:
Acromegalia, Tratamento, Atividade Física, Reabilitação, FisioterapiaResumo
Introdução: Acromegalia é uma doença crônica, sistêmica e altamente incapacitante. Acromegálicos apresentam uma significativa redução de força muscular periférica associada a uma resistência deficitária e letargia. Assim, esses pacientes tendem a fadigar com maior facilidade quando comparados com pessoas sem a doença, o que acarreta intolerância ao exercício e incapacidade, resultando em uma qualidade de vida altamente debilitada. Acromegálicos possuem importantes limitações funcionais que afetam negativamente o desempenho nas atividades do dia-a-dia e contribuem para a piora da doença. Com base em estudos prévios, acreditamos que os pacientes acromegálicos seriam beneficiados significativamente com um protocolo de tratamento voltado para o desempenho físico e melhora da qualidade de vida. Objetivo: Avaliar o efeito da reabilitação domiciliar orientada pelo fisioterapeuta (RDOF) em pacientes com acromegalia. Métodos: Neste estudo quase-experimental e longitudinal, 17 participantes foram submetidos a um programa de exercícios por meio de uma cartilha, com duração de 3 meses, 3 vezes por semana com duração de 60 min cada sessão, tendo sido reavaliados em 3 momentos: antes do tratamento, após 8 semanas e após 1 mês de washout (mês 0, mês 2, mês 3, respectivamente). Os participantes foram submetidos às seguintes avaliações: qualidade de vida (QV) por meio do questionário Acromegaly Quality of Life Questionnaire (AcroQoL), composição corporal através da bioimpedância, avaliação funcional por meio do teste da caminhada de seis minutos (TC6M), força muscular periférica através da força de preensão manual pelo hand grip e de membros inferiores usando dinamometria isométrica. Foi utilizado a Lower Extremity Functional Scale (LEFS) para avaliação da integridade articular e a escala Functional Assessment of Chronic Illness Therapy-Fatigue (FACIT-F) para avaliação da fadiga geral. O equilíbrio corporal foi aferido pela estabilometria em plataforma de força. O protocolo de tratamento foi composto por alongamentos, exercícios de aquecimento e desaquecimento, exercícios de fortalecimento e resistência muscular, treino aeróbio, treino de equilíbrio e propriocepção. Resultados: Após realização da RDOF, foram observadas melhorias em fadiga geral, força muscular de quadriceps, LEFS, TC6M, controle do balanço e todas as dimensões do AcroQoL. Após 1 mês de washout, entretanto, estes ganhos foram perdidos para todos os parâmetros, exceto LEFS e controle do balanço. Conclusão: Em acromegálicos, a RDOF mostra melhorias na função muscular, capacidade funcional, fadiga geral, balanço corporal e QV. Assim, deve-se considerar a RDOF como método adjuvante à terapia de controle hormonal, especialmente nos pacientes com doença ao longo prazo.
Downloads
Publicado
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.