Fatores associados à limitação funcional e à persistência dos sintomas em uma coorte prospectiva de pacientes pós-hospitalização por covid-19

Autores

  • Rodrigo Pena Soares Silva Autor

Palavras-chave:

Capacidade Funcional, Pós-Hospitalização, Síndrome Pós-COVID, Síndrome Pós-Terapia Intensiva

Resumo

Introdução: Muitos pacientes com COVID-19 necessitaram de hospitalização para manuseio das formas mais graves da doença. Os desfechos funcionais e a evolução dos sintomas de médio prazo dos sobreviventes precisam ser avaliados e melhor compreendidos.
Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar a presença de limitação funcional e persistência dos sintomas em uma coorte de pacientes hospitalizados por COVID-19 em três meses(D0) e 12 meses(D12) após a alta hospitalar. Métodos: Foram recrutados todos os adultos do ambulatório de follow-up pós – COVID em um Centro de Reabilitação Público no Rio de Janeiro(n=258). Todos os pacientes que não apresentaram critérios de exclusão(n=140), foram incluídos para seguimento (n=118) e destes, 114 voluntários foram avaliados inicialmente em D0(3 meses) e D12(12 meses após alta hospitalar. Todos os pacientes foram submetidos a avaliações da função pulmonar, dos sintomas (dispneia, fadiga e dor), da capacidade funcional e da QVRS. Resultados: Os resultados sumarizados demonstram que os voluntários desta coorte apresentam limitação funcional em D0, com maior prevalência entre os ventilados mecanicamente (VMI)(75% e 88%; p < 0.004). Entretanto, no seguimento observamos que apenas os pacientes VMI permaneciam com limitação funcional em D12 (odds ratio: 3.07; 69% e 42 %, p< 0.01). Além disso, estes pacientes apresentaram redução da capacidade funcional (DTC6min e velocidade da marcha) tanto em D0 (p= 0.05; p<0.001, respectivamente), quanto em D12 (p< 0.001; p<0.001, respectivamente). O mesmo comportamento foi observado para dispneia (p< 0.001), fadiga (p< 0.001), dor (p=0,05), funcionalidade (p< 0.001) e QVRS (p<0.001) tanto D0, quanto em D12 (p< 0.001; p< 0.001; p< 0.001; p< 0.001, respectivamente). Estes achados de limitação funcional e sintomas persistentes correlacionam-se fortemente com a DTC6min (r=0.63; p<0.001) e com a velocidade da marcha (r=0.55; p<0.001) e moderadamente com a PCFS (r=0.47; p<0.05). A combinação de necessidade de VMI, aumento do PCFS, redução da DTC6min e da velocidade da marcha, aumentam o risco de persistência de limitação funcional (odds ratio 4.45, p< 0.006, [IC95% 1.54 – 12.87]) com uma acurácia de 81%. Já em relação a persistência dos sintomas fadiga e dispneia, a VMI é um preditor independente com uma odds ratio 08.21, p< 0.001, [IC95% 2.17 – 32.87] e odds
ratio 10.52, p< 0.001, [IC95% 3.91 – 28.30], respectivamente), enquanto a persistência de dor tem como preditor a post COVID functional scale(PCFS) (odds ratio 3.01, p< 0.001, [IC95% 1.70 – 5.34]). A acurácia destes modelos para predição da dispneia, fadiga e dor persistente é de 69%, 70% e 76%, respectivamente. Conclusão: A hospitalização afeta tanto o estado funcional quanto os sintomas ao longo do tempo, em especial nos pacientes que necessitaram de VMI o que nos faz refletir se estas alterações de fato são consequência da COVID-19 ou apresentações em maior volume da síndrome pós – terapia intensiva.

Downloads

Publicado

2025-07-07

Edição

Seção

Dissertações

Categorias

Como Citar

Fatores associados à limitação funcional e à persistência dos sintomas em uma coorte prospectiva de pacientes pós-hospitalização por covid-19. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 12(1), 93. https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/270

Artigos Semelhantes

1-10 de 191

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.