Comparação do controle autonômico cardíaco em repouso de indivíduos fisicamente ativo com e sem lesão medular.

Resumo

Introdução: A lesão medular (LM) é uma condição neurológica debilitante que, de acordo com a altura anatômica, afeta a estabilidade do controle autonômico cardíaco. Em geral, indivíduos fisicamente ativos apresentam melhor controle autonômico
cardíaco como adaptação crônica induzida pelo exercício. No entanto, no cenário da LM ainda não está claro se o exercício físico também proporcionaria tais adaptações. Objetivo: O objetivo do estudo foi comprar o controle autonômico cardíaco em repouso
de indivíduos fisicamente ativos com e sem LM. Métodos: Estudo seccional em que Indivíduos fisicamente ativos com LM (paraplégicos – n=10 e tetraplégicos – n=09) e sem LM (n=09) foram submetidos à avaliação da variabilidade da frequência cardíaca
(VFC) em repouso, na posição sentada, por meio do eletrocardiograma (ECG). A aquisição dos sinais foi feita durante 10 minutos, sendo os últimos 5 considerados para a análise. O cálculo dos índices da VFC nos domínios da frequência e do tempo foi feito no software Kubios. A comparação entre os grupos foi feita por meio de procedimentos estatísticos não-paramétricos (α=5%). Resultados: O grupo paraplegia mostrou-se mais velho que o grupo sem LM (p=0,007). Os grupos mostraram-se semelhantes em relação aos índices de VFC no domínio do tempo: SDNN, em ms (p=0,327); rMSSD, em ms (p=0,301) e intervalo RR médio, em ms
(p=0,568). No domínio da frequência, os grupos também foram semelhantes para os índices LF, em ms2 (p=0,312) e em u.n (p=0,825); HF, em ms2 (p=0,456) e em u.n (p=0,825) e LF/ HF (p=0,825). A única diferença observada foi no índice VLF, em ms2
em que o grupo paraplegia apresentou menores valores medianos em relação ao grupo sem LM (p=0,018). Conclusão: A ausência de diferenças nos índices de VFC entre os grupos sugere uma característica adaptativa dos indivíduos com paraplegia e tetraplegia em função do exercício físico.