Concordância e poder preditivo de métodos de avaliação de risco de queda na população idosa hospitalizada: estudo observacional prospectivo
Palavras-chave:
Idoso, Queda, Escalas, HospitalizaçãoResumo
Introdução: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil atingirá a sexta posição mundial em número de idosos até 2025. O processo de envelhecimento promove mudanças fisiológicas e perdas funcionais, trazendo mais vulnerabilidade. Em 2007, a OMS conceituou a queda como “como um evento que resulta em uma pessoa repousando inadvertidamente no chão ou em outro nível mais baixo”. A diminuição dos reflexos posturais, distúrbios da propriocepção, visão, motor e de marcha são exemplos de alguns fatores contribuintes para a ocorrência de queda, que juntos aumentam o risco de queda de idosos. Para evitar acidente é primordial a identificação do risco de queda e sua avaliação precisa por instrumentos testados, válidos e confiáveis. Objetivo: Este estudo objetiva investigar a confiabilidade e a validade de métodos de rastreio do risco de queda em idosos hospitalizados. Métodos: Estudo longitudinal, observacional, prospectivo. Os participantes foram avaliados utilizando cinco instrumentos clínicos: Functional Independence Measure (FIM), Morse Fall Scale (MFS), St. Thomas's Risk Assessment Tool in Falling Elderly Inpatients
(STRATIFY) e Johns Hopkins Fall Risk Assessment Tool (JH-FRAT) e uso de polifarmácia (POLIF). A ocorrência prospectiva de quedas foi registrada pelo prontuário. O desempenho dos métodos foi avaliado por sua acurácia, sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo, juntamente com o intervalo de confiança 95%. Resultados: Análise parcial dos dados coletados entre Fev/21 e Out/21 com 75 participantes de (mediana [P25-P75]) 67 (64-71) anos, sendo 39 (52%) do sexo masculino. No acompanhamento prospectivo, 5 (7%) participantes relataram pelo menos uma queda durante a internação hospitalar. O método STRATIFY (acurácia = 92% [83⎯97]) foi mais acurado para rastrear um caidor, seguido por POLYF (acurácia = 80% [69⎯88]), MFS (acurácia = 76% [65-84]), JH-FRAT (acurácia = 75% [64⎯83]) e FMI (acurácia = 75% [64⎯83]). STRATIFY também mostrou o maior
valor preditivo positivo (40% [12⎯77]), e negativo (96% [88⎯99]). Conclusão: Os achados sobre a acurácia e probabilidades relacionadas sugerem que a maioria dos métodos investigados é válida para o rastreamento do risco de queda em idosos hospitalizados, com destaque para o STRATIFY. A continuidade do estudo permitirá a análise da concordância entre métodos para o rastreio de baixo/alto risco de quedas nessa população.
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