Ponto ótimo cardiorrespiratório de indivíduos com lesão medular
Palavras-chave:
Pessoa com Deficiência, Consumo de Oxigênio, Exercício, ReabilitaçãoResumo
Introdução: A lesão medular (LM) está relacionada a uma baixa aptidão cardiorrespiratória, que por sua vez aumenta o risco de morbimortalidade cardiovascular. O consumo máximo de oxigênio (VO2máx) é a variável que melhor descreve a aptidão cardiorrespiratória dos indivíduos, no entanto, em indivíduos com limitação funcional a sua obtenção nem sempre é possível devido à interrupção precoce do esforço. Por isso, a análise de variáveis em intensidade de esforço submáxima pode ser vantajosa e se faz necessária, como por exemplo o ponto ótimo cardiorrespiratório (POC), que é definido pelo momento em que se registra o menor valor do equivalente ventilatório. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi descrever a aptidão cardiorrespiratória em esforço, em especial o POC, de indivíduos com LM alta e baixa e compará-los com indivíduos sem LM. Métodos: Estudo observacional do tipo seccional com a participação indivíduos com LM alta incompleta (da quarta à sétima vértebra cervical; grupo TETRA; n=09), LM baixa completa (primeira vértebra torácica à segunda vértebra lombar; grupo PARA; n=08) e sem LM (n=10). A aptidão cardiorrespiratória foi avaliada por meio da realização de um TCPE progressivo em um cicloergômetro para membros superiores. Momentos considerados: Pico do exercício, limiar ventilatório 1 (LV1) e POC. Resultados: Os indivíduos com LM apresentaram menor tolerância ao esforço e menor VO2 de pico (TETRA = 0,8 (0,4 – 0,9) L/min; PARA = 1,2 (0,9 – 2,3) L/min) em relação aos indivíduos sem LM (VO2 de pico = 2,9 (1,7 – 3,7) L/min), apesar de todos os grupos terem chegado ao término do exercício igualmente com uma maior contribuição do metabolismo anaeróbio no processo de produção de energia (R médio dos grupos ≥1; P=0,725). No que diz respeito às análises em intensidades submáximas de esforço, os indivíduos com tetraplegia alcançaram a máxima eficiência ventilatória, isto é, o POC em percentuais mais altos do VO2 de pico, assim como o LV1. Essa diferença foi observada tanto em comparação aos indivíduos com paraplegia quanto em relação àqueles sem LM. Conclusão: Indivíduos com LM apresentam menor aptidão cardiorrespiratória em diferentes intensidades de esforço que indivíduos sem LM. Especificamente em relação ao POC, quanto mais alta é a altura/ nível da LM, maior é a ventilação para a captação de oxigênio e subsequente transporte e oferta para os músculos ativos durante o exercício.
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