Nível de conhecimento de profissionais de educação física para a prescrição de exercícios para pessoas com lesão medular

Resumo

Introdução: A LM oferece enormes danos ao funcionamento corporal adequado, o que pode acarretar uma resistência à participação social em exercícios físicos, originando um indivíduo sedentário, que mesmo tendo o conhecimento sobre sua necessidade, ainda não busca a prática para uma vida ativa. O Profissional que se envolver com esse cliente deve estar capacitado com a finalidade de evitar sequelas ou o impedimento de atingir os benefícios da prática de exercícios físicos, tendo conhecimento sobre disfunções previamente conhecidas como espasticidade, termorregulação prejudicada e úlceras por pressão. Objetivo: Identificar o nível de conhecimento de Profissionais e estudantes de Educação Física sobre a prescrição de exercícios para pessoas com lesão medular. Métodos: Ao longo de 2 meses foi aplicado um questionário com perguntas sobre o compreendimento da prescrição de exercícios associado com aspectos fisiológicos (termorregulação, controle de intestino e bexiga, alterações no sistema nervoso etc.) que devem ser considerados quando se está com a responsabilidade de atuar com uma pessoa que apresente lesão medular. Os sujeitos foram 93 Profissionais de Educação Física que atuavam em centros fitness ou em clubes com práticas esportivas amadoras. Os questionários foram respondidos de forma individual, ocorrendo de maneira remota, dependendo da disponibilidade do profissional. O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa institucional e teve início após a sua aprovação. Resultados: A maior parte dos respondentes cursou a disciplina educação física inclusiva ou correspondente durante a graduação, porém somente um participante (1,1%) declarou que os conhecimentos adquiridos foram suficientes para se trabalhar com pessoas com LM. Sobre o conhecimento das manifestações relacionadas à LM, observou-se que em 8 das 11 abordadas, pelo menos 40% dos participantes não sabiam responder. Em especial, destaca-se as alterações no controle autonômico cardíaco, espasticidade, úlceras de pressão, boosting e alteração na produção de suor, com mais de 50% de desconhecimento sobre essas condições apresentadas pelas pessoas com LM. Conclusão: O alto percentual de desconhecimento sobre manifestações relacionadas à LM que podem influenciar a escolha de exercícios físicos para a prescrição do treinamento é preocupante, e reflete, em parte, questões pertinentes à formação acadêmica de profissionais de educação física.