Consequências clínicas e funcionais da interrupção forçada da reabilitação pulmonar em pacientes com dpoc grave e muito grave durante a pandemia da covid 19

Autores

  • Milena de Oliveira Soares Silva Autor

Palavras-chave:

DPOC, COVID-19, Isolamento Social, Reabilitação Pulmonar

Resumo

Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma condição caracterizada por inflamação persistente das vias aéreas e limitação do fluxo aéreo. Pacientes com DPOC diminuem gradativamente sua habilidade física e apresentam piora da capacidade funcional. Os programas de reabilitação pulmonar buscam reverter o descondicionamento físico, a fraqueza muscular e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: Avaliar os efeitos da suspensão do programa de reabilitação pulmonar presencial em virtude da exigência de isolamento social durante a pandemia, na frequência das exacerbações, hospitalizações e morbimortalidade dos pacientes com DPOC grave e muito grave que estavam em reabilitação pulmonar há pelo menos três meses, antes da suspensão. Métodos: Estudo observacional, prospectivo, analítico, dados de uma amostra de conveniência, composta por 57 pacientes de um programa de reabilitação pulmonar de longa duração para DPOC grave e muito grave. Os dados foram analisados e comparados com os dados antes da suspensão do programa, quando todos os pacientes foram avaliados e após 18 meses de interrupção da reabilitação, quando retornaram ao programa. Resultados: Os resultados mostraram que a suspensão do programa resultou em piora significativa na dispneia (média da diferença no mMRC: -0.50 ± 0,11; p<.001), estado de saúde (média da diferença no CAT: -2.90 ± 0,80; p<.001), capacidade funcional (média da diferença na DTC6, m: 45,02 ± 8,90; p<.001),
força muscular ventilatória (média da diferença na Pimax, cmH2O: 6,06 ± 0,82; p=0.019) e qualidade de vida (média da diferença no SF-36 e AQ-20: 16,12 ± 1,62 e -10,61 ± 2,33; p<.001), respectivamente. Notou-se também um aumento na frequência de hospitalizações nos 18 meses de suspensão. Mortalidade e sobrevida acumulada apresentaram taxa geral de mortalidade de 0,64 para cada 100 pessoas-mês e diferença estatística significativa nas taxas de mortalidades entre o período de reabilitação pulmonar e o período de suspensão. Foi observado que quanto mais tempo o paciente vinha em reabilitação pulmonar (grupo III) previamente a suspensão da RP maior a sobrevida ao longo do período de suspensão da reabilitação pulmonar. Conclusão: A interrupção forçada de um programa reabilitação pulmonar de longo prazo impactou negativamente na clínica e na qualidade de vida dos pacientes com DPOC impactados pela suspensão da RP. Ressaltando a importância dos programas de longa duração no tratamento e manejo da DPOC e a necessidade de garantia da continuidade de programas que permitam que os pacientes se mantenham ativos após a reabilitação pulmonar ou nesses casos inesperados de suspensão.

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Publicado

2025-07-08

Como Citar

Consequências clínicas e funcionais da interrupção forçada da reabilitação pulmonar em pacientes com dpoc grave e muito grave durante a pandemia da covid 19. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 13(2), 95. https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/288

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