Avaliação da função muscular ventilatória e periférica na síndrome pós-covid-19

Autores

  • Braz Perpetuo de Lima Autor

Palavras-chave:

COVID-19, Músculos Respiratórios, Músculos Periféricos, Funcionalidade

Resumo

Introdução: Os pacientes com COVID-19 que necessitaram de internação hospitalar ao longo do curso da doença parecem ter piores desfechos funcionais ao longo do curso evolutivo após a fase aguda da COVID-19. Os mecanismos envolvidos na gênese destas disfunções ainda não estão claramente elucidados. Objetivo: O objetivo do trabalho foi avaliar a prevalência das disfunções musculares, incluindo a sarcopenia, além do estado funcional em pacientes com síndrome pós-COVID-19. Métodos: Estudo transversal em uma amostra de conveniência que recrutou 262 voluntários após aprovação pelo CEP sob n° CAAE: 48074921.7.0000.5235. Destes, foram avaliados 195 pacientes, três meses após a alta hospitalar ou após três meses do diagnóstico laboratorial de COVID-19. Todos os pacientes foram avaliados pela dinamometria de preensão palmar, pelo teste de 1 RM e
pelo teste de endurance do quadríceps, além das pressões respiratórias máximas estáticas(PImax) e dinâmicas(S-index) e pela escala de avaliação funcional Pós – COVID-19 (PCFS). As prevalências foram comparadas pelo teste exato de Fisher. As variáveis
contínuas foram comparadas pelo teste de Kruskal-Wallis. Foi considerado significativo um p<0.05 com as médias das diferenças contidas dentro do intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: A amostra foi composta por adultos e idosos (58,2 ± 19,14
anos), de maioria masculina (136[69,76%]), com sobrepeso ou obesidade grau I (mediana de IMC = 30,2 [5,78] kg/m2). Em relação à função pulmonar, a mediana (%predito) [IQR] da CVF, VEF1/CVF, CPT, CRF e DLCO foram 65 [19,4]; 98 [20,5]; 66 [15,6]; 58 [13,0]; e
DLCO: 62[21,5], respectivamente. Os pacientes que necessitaram de IH representaram 58% dos pacientes avaliados (n=114) com uma média de dias de IH de 25,03 ± 1,04 dias. Destes, 81 pacientes necessitaram de VMI (71,05%) com duração média de 17,87 ± 0,79
dias. A prevalência global de sarcopenia foi de 55,4%. Os pacientes que necessitaram de IH apresentaram prevalência de sarcopenia de 67% (n= 76) enquanto os pacientes com COVID-19 que não necessitaram de IH apresentaram uma prevalência de 14% com uma
razão de chances (odds ratio) de 12,7(p<.0001 [IC95% 6.04 – 26.82]). Entretanto, entre os internados, àqueles que necessitaram de VMI apresentam prevalência de sarcopenia, ainda maior (67%[n=76] e 79%[n=64]; p < 0.001), com uma razão da chances (odds ratio)
de 6.73 em relação aos internados que não foram ventilados mecanicamente. Os pacientes que necessitaram de IH apresentaram redução da função ventilatória (diferença média de 32 cmH2O; IC95%[24 – 40] , p< 0.001 e diferença média de 11,0 cmH2O; IC95%[6,0 – 20.0] , p< 0.001) das pressões inspiratórias máximas estáticas (Pimax) e dinâmicas estimadas (S-Index), respectivamente. Além disso, estes pacientes também apresentaram redução da força e da resistência muscular periférica (FPP, MSd: diferença média de 11 kgs; IC95%[8 – 14] , p< 0.001, T1RM: diferença média de 10,0 kgs; IC95%[5,0 – 15.0] , p< 0.001 e Teste de endurance: diferença média de 7,0 s; IC95%[5,0 – 11,0] , p< 0.001). Conclusão: Nossos resultados expõe que as disfunções musculares ventilatórias e periféricas estão associadas as formas mais graves da COVID-19 e que isto produz impactos negativos no status funcional pós – COVID-19 nestes pacientes.

Downloads

Publicado

2025-07-10

Edição

Seção

Dissertações

Categorias

Como Citar

Avaliação da função muscular ventilatória e periférica na síndrome pós-covid-19. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 13(1), 85. https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/305

Artigos Semelhantes

11-20 de 132

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.