Associação entre dor musculoesquelética e mindfulness em atletas
Palavras-chave:
Dor, Mindfulness, Atletas, EsporteResumo
Introdução: A dor é comumente descrita em atletas com e sem deficiência, estando frequentemente associada a lesões desportivas. Como a dor pode ter impacto negativo no desempenho esportivo e em questões psicológicas, físicas, sociais e
financeiras, é relevante e necessário identificar fatores que possam contribuir para o manejo da dor e/ou redução do risco. Objetivo: Investigar a relação entre mindfulness e dor musculoesquelética em atletas com e sem deficiência. Métodos: Foi realizado
um estudo observacional transversal com atletas de esportes individuais e coletivos de pessoas com (n=35) ou sem (n=29) deficiência. O Five Facet Mindfulness Questionnaire (FFMQ) foi utilizado em sua versão traduzida e validada para o português para avaliar mindfulness. A dor musculoesquelética foi investigada por meio do Diagrama de Corlett e da Escala Visual Analógica de Dor (EVA). Complementarmente, seis questões do questionário proposto por Kent et al. (2014) foram aplicadas para investigar aspectos psicossociais relacionados à dor crônica. Resultados: As regiões corporais com maior ocorrência de queixas de dores musculoesqueléticas foram região lombar (43,7%), ombro esquerdo (37,5%), parte superior das costas (31,3%) e ombro direito (29,7%). Os grupos diferiram quanto ao número de áreas de queixa álgica (p=0,016), sendo maior entre atletas sem deficiência. Em ambos os grupos, a intensidade média da dor foi maior nos últimos sete dias anteriores ao estudo (classificação: dor intensa) do que no dia do estudo (classificação: dor moderada). Em relação aos aspectos psicossociais da dor, a ansiedade foi a característica com maior pontuação média entre os participantes, sem diferença entre os grupos. Além disso, uma das questões mostrou que atletas sem deficiência mostraram-se mais preocupados com a possibilidade de se lesionarem durante a prática de atividades físicas (p=0,020). Na análise de mindfulness, observou-se que os atletas sem deficiência apresentaram menores escores médios no FFMQ total (p<0,001), e nas facetas observação (p=0,002) e não reatividade à experiência interna (p=0,042). Conclusão: O menor desenvolvimento das habilidades de mindfulness pareceu estar associado à maior frequência e número de áreas de dor
musculoesquelética apenas em atletas sem deficiência.
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