Adaptação transcultural da Escala de Satisfação Laboral-Versão para Professores (ESL-VP) para professores da educação básica no contexto educacional brasileiro
Palavras-chave:
Educação básica, Ergonomia, Professores, Reabilitação, Satisfação no trabalhoResumo
O trabalho docente é caracterizado por intensas exigências físicas, cognitivas e emocionais, o que tem sido associado ao desenvolvimento de diversos problemas de saúde. A ergonomia, nesse contexto, visa assegurar a adequação das condições de trabalho ao trabalhador — e não o contrário — por meio do planejamento do ambiente laboral, incluindo máquinas, equipamentos e demais recursos. A saúde ocupacional de professores da Educação Básica e do Ensino Superior tem se tornado um tema de crescente relevância, especialmente diante dos desafios e das condições adversas enfrentadas nas instituições acadêmicas. Este estudo discute a escassez de escalas específicas para a coleta de dados ergonômicos no contexto da docência, destacando como a ausência de instrumentos padronizados compromete a avaliação precisa dos riscos ergonômicos a que os professores estão expostos. Esta tese buscou contribuir com essa lacuna por meio da adaptação transcultural de uma escala de satisfação laboral voltada para professores. A avaliação acurada da satisfação no trabalho torna- se essencial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de promoção do bem- estar docente. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo realizar a adaptação transcultural e a avaliação psicométrica da Escala de Satisfação Laboral – Versão para Professores (ESL-VP) para o contexto educacional brasileiro. A adaptação seguiu as boas práticas internacionais, incluindo os processos de tradução, retrotradução e análise de validade de conteúdo. Participaram um total de 100 professores da Educação Básica, oriundos de dois municípios do estado do Espírito Santo. A consistência interna foi avaliada por meio dos coeficientes alfa de Cronbach (α) e ômega de McDonald (ω). A confiabilidade teste-reteste foi mensurada em 50 participantes, com intervalo médio de 32 dias, utilizando o coeficiente de correlação intraclasse (ICC2,1). A versão brasileira da escala (ESL-VP-PT-Br) demonstrou validade de conteúdo adequada e alta aceitabilidade entre os participantes. A consistência interna foi considerada boa (α = 0,828, IC95%: 0,730 a 0,904; ω = 0,814, IC95% 0,707 a 0,895). No entanto, a confiabilidade teste-reteste foi considerada inaceitável para o escore total (ICC2,1 = 0,000; IC95%: –0,276 a 0,276), indicando baixa estabilidade temporal. Conclui-se que a ESL-VP-PT-Br apresenta validade de conteúdo satisfatória e consistência interna adequada para avaliar a satisfação laboral de professores da Educação Básica em estudos transversais. Recomenda-se, contudo, cautela na aplicação do instrumento em avaliações repetidas ao longo do tempo. Investigações futuras devem explorar estratégias para aprimorar sua confiabilidade em diferentes contextos educacionais. Link do projeto: https://doi.org/10.17605/OSF.IO/263JE
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