Efeitos hemodinâmicos decorrentes da aplicação da pausa inspiratória na hiperinsuflação com ventilador mecânico em volume controlado: estudo cruzado e randomizado

Autores

  • Manuella Melo Galhardo Autor

Palavras-chave:

Hiperinsuflação Manual, Hiperinsuflação com Ventilador Mecânico, Pausa Inspiratória, Repercussões Hemodinâmicas

Resumo

Introdução: A hiperinsuflação pulmonar é uma técnica fisioterapêutica comumente aplicada aos pacientes criticamente enfermos com o objetivo de depuração de secreções pulmonares, melhora da mecânica respiratória e da oxigenação. A hiperinsuflação com o ventilador mecânico (HVM) possui os mesmos efeitos benéficos da hiperinsuflação com o ressuscitador manual (HM) com a vantagem do não desacoplamento do paciente do ventilador mecânico e melhor controle dos parâmetros ventilatórios. Apesar de tais vantagens, ainda há poucos estudos avaliando o perfil hemodinâmico durante a HVM: os estudos encontrados avaliaram a frequência cardíaca, a pressão arterial média, o índice cardíaco e o consumo de oxigênio. Fisiologicamente, alterações no volume corrente durante a ventilação mecânica podem causar repercussões hemodinâmicas, como alterações na resistência vascular pulmonar, na pré-carga e pós-carga do ventrículo direito e do ventrículo esquerdo e, por último, bradicardia reflexa. Objetivo: Este estudo objetivou avaliar dois protocolos de HVM (sem a aplicação da pausa inspiratória – HVMSP e com a aplicação da pausa inspiratória – HVMCP) sob o ponto de vista hemodinâmico medido pela bioimpedância cardiotorácica. Métodos: O estudo foi um ensaio clínico cruzado e randomizado, onde foram analisados 18 pacientes no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Santa Martha, Niterói/RJ. Todos os familiares dos participantes da pesquisa foram orientados a assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido. Foram avaliadas a mecânica respiratória e a repercussão hemodinâmica. Resultados: A média de idade da amostra foi de 77 anos e a mediana da complacência estática foi de 46,6 [33,3-55] cmH2O/mL. Foram encontradas diferenças com significância estatística na pressão média de vias aéreas (PMVA) entre os momentos e repouso vs momentos de intervenção (p<0,001) e na pressão arterial diastólica (PAD) entre o 3º. set de HVMCP vs 3º. set de HVMSP (p=0,009). Houve queda da PAD no 3º. set de HVMCP em relação ao 3º. set de HVMSP com magnitude de 6,5mmHg (Δ=10%), entretanto, com mediana nos limites de normalidade. Não houve correlação entre as alterações da PMVA e as alterações do débito cardíaco e/ou da PAD. Conclusão: A disfunção diastólica do idoso, a maior ativação do reflexo neuro-humoral e a maior diferença do gradiente de pressão entre a aorta torácica e abdominal durante a HVMCP, além da mediana reduzida da Crs,st da amostra, podem explicar os resultados. A HVM se mostrou segura do ponto de vista hemodinâmico sendo a HVMSP o modo de aplicação mais seguro ainda, principalmente em pacientes idosos. Portanto, esse estudo poderá possibilitar maior treino e melhor aplicação da HVM pelos fisioterapeutas, com embasamento na literatura científica atual.

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Publicado

2025-07-02

Edição

Seção

Dissertações

Categorias

Como Citar

Efeitos hemodinâmicos decorrentes da aplicação da pausa inspiratória na hiperinsuflação com ventilador mecânico em volume controlado: estudo cruzado e randomizado. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 8(1), 130. https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/154

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