Associação entre medidas de equilíbrio em apoio unipodal e escala de equilíbrio de berg em idosos

Resumo

Introdução: O equilíbrio corporal é um processo complexo que depende da integração entre visão, propriocepção, sistema vestibular, e respostas neuromusculares. Um declínio da função relacionado à idade pode ser evidenciado em todos os aspectos neurofisiológicos que controlam e ajustam o equilíbrio, tendo como resultado uma maior probabilidade de quedas. Entre os testes aplicados para avaliação do equilíbrio e do risco de quedas, a Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) é considerado padrão ouro, contudo outras ferramentas têm sido propostas, como o teste de apoio unipodal (TAU), sendo de baixo custo e de fácil aplicação. Objetivo: Identificar se existe associação entre medidas de equilíbrio obtidas por meio do TAU adaptado e a EEB em idosos. Métodos: Uma amostra não-probabilística, de conveniência, de 39 participantes (≥60 anos, do sexo feminino) foi avaliada nesse estudo observacional do tipo transversal. As 14 tarefas que constituem a EEB foram aplicadas seguindo as recomendações do instrumento. O número de toques do pé no solo durante os 60s do TAU adaptado foi computado. A correlação de Spearman (rho) foi utilizada para estimativa da associação entre as variáveis, assumindo alfa de 5%. Resultados: Houve uma correlação negativa e fraca (rho = - 0,316 p<0,05) entre os escores obtidos na EEB e a quantidade de toques no solo durante 60 segundos do TAU adaptado. Foi obtida entre TAU e IMC uma correlação positiva e fraca (rho=0,294 p<0,05) e entre EEB e IMC uma correlação negativa e fraca (rho= - 0,293 p<0,05). Já entre TAU e idade, foi obtida uma correlação positiva e moderada (rho= 0,697 p<0,05) e uma correlação negativa e moderada foi verificada para EEB e idade (rho= - 0,545 p<0,05). Conclusão: O desempenho no TAU adaptado é relacionado negativamente aos escores obtidos na EEB. Sugere-se que quanto maior o número de toques no solo, durante o teste de apoio unipodal, menor a pontuação na EEB. Assim, o TAU adaptado também pode ser utilizado como um potencial indicador de risco de quedas em uma população de idosos.