Efeito agudo da estimulação transcraniana por corrente contínua sobre a cinemática da marcha de indivíduos com doença de Parkinson
Palavras-chave:
Doença de Parkinson, Fisioterapia, Mobilidade, Estimulação Transcraniana por Corrente ContínuaResumo
Introdução: Das limitações de atividades provocadas pela doença de Parkinson (DP), as alterações da marcha são consideradas como as mais incapacitantes. A marcha na DP é típica, com características de festinação e episódios de congelamento. Devido às alterações na marcha somadas à instabilidade postural e à diminuição de mobilidade, os pacientes apresentam grande risco de quedas e de acidentes. Recentemente, técnicas de estimulação cerebral não invasiva foram introduzidas como ferramenta terapêutica para enfrentamento da DP como a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC). Esta consiste na aplicação de uma corrente constante de baixa intensidade. Contudo, os efeitos da ETCC sobre as perdas motoras como a marcha na DP ainda não estão totalmente estabelecidos. Objetivo: O objetivo principal desse estudo é verificar se a ETCC anódica modifica as variáveis cinemáticas da marcha em indivíduos com DP após uma sessão única de estimulação. Métodos: Vinte e um indivíduos com DP foram submetidos à 10 sessões de fisioterapia convencional para homogeneizar o nível de atividade física da amostra. Em seguida, foram avaliados através da cinemetria e da Unified Parkinson`s Disease Rating Scale – parte III (UPDRS - III). Depois, receberam uma única sessão de ETCC anódica, nos quais o eletrodo anódico foi alocado 1,8 cm à frente de Cz, na região da área motora suplementar
(AMS) e o eletrodo catódico foi colocado na região supraorbital do lado mais afetado (relatado pelo indivíduo). Imediatamente depois, foram reavaliados com os mesmos instrumentos. Resultados: Quatro pacientes foram excluídos das análises. Assim, os resultados são relativos a 8 pacientes do grupo de ETCC real e 9 do grupo de ETCC fictícia. Os dados da marcha são relativos à perna direita. Houve diferença estatística entre os grupos para a cadência da marcha (t = 2.627, p = 0.007, d = -1.60) e para a variável de número de passadas (t = -3.095, p = 0.018, d = 1.40) quando comparados os grupos ETCC real com ETCC fictícia, com um tamanho de efeito grande. Para todos as outras variáveis, não houve diferenças estatísticas. Conclusão: Os achados deste estudo sugerem que a ETCC anódica administrada em uma única sessão pode melhorar as variáveis cinemáticas da marcha na DP.
Downloads
Publicado
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.