Avaliação da viabilidade e da segurança de um programa de fisioterapia para a doença de Parkinson aplicado em grupo e seus efeitos gerais sobre os sintomas motores e a qualidade de vida
Palavras-chave:
Doença de Parkinson, Fisioterapia, ExercícioResumo
Introdução: A doença de Parkinson (DP) é uma desordem neurológica progressiva, que cursa com lentidão nos movimentos e perda gradativa de mobilidade, repercutindo sobre a funcionalidade, independência e qualidade de vida desses indivíduos. Intervenções fisioterapêuticas têm sido uma ferramenta utilizada para melhorar a funcionalidade de indivíduos com DP. Existe, contudo, uma carência de protocolos bem estabelecidos que sejam focados na mobilidade e na agilidade para estes indivíduos. Haja vista os numerosos casos de DP e a previsão do aumento desse número pelo envelhecimento progressivo da população, testar se protocolos de exercícios focados na mobilidade e na agilidade são viáveis, seguros e eficazes quando desempenhados em grupo é relevante. Objetivos: Assim, os objetivos desse estudo foram (i) verificar a viabilidade e a segurança da aplicação em grupo de um programa de exercícios, baseado no programa Agility Boot Camp (ABC); (ii) averiguar os efeitos gerais desse programa de exercícios sobre a função global, estágio da doença, equilíbrio, marcha, mobilidade e qualidade de vida em indivíduos com DP. Métodos: Quatorze indivíduos com DP (estágios 1-3 de Hoehn e Yahr) foram submetidos ao programa proposto, sendo divididos em dois grupos de 7 indivíduos cada. O programa foi aplicado por quatro semanas, três vezes por semana, durante 60 minutos cada sessão. O programa era composto por 6 categorias de exercícios (Tai chi, caiaque, treinamento de agilidade, boxe, lunges e Pilates) realizados por 10 minutos cada. O comparecimento do participante foi contabilizado e a segurança foi avaliada através do registro de eventos adversos durante/após cada sessão. As medidas de função motora e de qualidade de vida foram realizadas antes e após o período de intervenção. Resultados: Os resultados indicaram alto índice de frequência (95%) ao programa. Não houve episódios de quedas ou eventos adversos entre os participantes durante o programa. Todos os participantes completaram o programa. Foram encontradas diferenças significativas entre os escores antes e depois da intervenção para todas as medidas empregadas, exceto para as atividades de vida diária (AVD). Conclusão: Conclui-se, portanto, que o programa aplicado demonstrou ser viável e seguro para uso em pequenos grupos de indivíduos com DP. Além disso, apesar da natureza progressiva da doença, a função global, o equilíbrio, a mobilidade e a qualidade de vida dos participantes desse estudo melhoraram após o programa. Porém, para confirmar tais resultados, é necessário que outros estudos controlados e randomizados sejam realizados com uma amostra maior de pacientes.
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