Associação entre instrumentos clínicos e parâmetros cinemáticos da marcha em indivíduos com doença de parkinson
Palavras-chave:
Doença de Parkinson, Parâmetros de Marcha, Cinemetria, MobilidadeResumo
Introdução: A doença de Parkinson (DP) é uma doença crônica, progressiva e degenerativa do sistema nervoso central que acomete os núcleos da base. Indivíduos com esta doença apresentam diversos sinais clínicos, incluindo desordens na marcha e no equilíbrio. Diferentes testes e escalas de avaliação têm sido propostos para avaliar os distúrbios de marcha e equilíbrio na DP, assim como a avalição de parâmetros cinemáticos. Objetivo: Investigar a associação entre instrumentos clínicos e parâmetros cinemáticos da marcha em pacientes com doença de Parkinson. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado em 10 pacientes com DP com idade entre 50 e 80 anos. Foi realizada avaliação clínica utilizando instrumentos que incluíam a Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (UPDRS – III), Dynamic gait index (DGI) e Performance Oriented Mobility Assessment of Balance (POMA-B). Os parâmetros espaço-temporais como a velocidade média, comprimento médio e duração média da passada foram obtidos a partir do sistema de análise de movimento Qualisys – ProReflex MCU. Foi realizada estatística descritiva para caracterização das variáveis. A análise de correlação de Pearson foi aplicada entre os parâmetros cinemáticos da marcha e os escores obtidos nos testes DGI e POMA-B. As análises foram realizadas no programa JASP versão 0.9 (JASP Team 2019, Holanda), assumindo um limiar estatístico de 5%. Resultados: Os indivíduos estudados apresentavam em média 68 ± 7 anos, e média de DGI e POMA-B de 15±3 e 14±2 pontos, respectivamente. Foi observada associação positiva e significativa entre a velocidade da marcha e os escores do DGI. O comprimento da passada e duração da passada não se associaram aos escores do DGI (P>0,129). Também foi observada uma associação negativa e significativa entre a duração da passada e os escores de POMA-B. Os demais parâmetros de marcha não se associaram ao POMA-B (p>0,183). Conclusão: No presente estudo observou-se uma associação significativa entre os parâmetros cinemáticos e os escores clínicos de avaliação da marcha em indivíduos com DP. A partir desses resultados, somados às características estatísticas de validade e reprodutibilidade dos instrumentos clínicos, sugere-se que tais instrumentos são indicadores adequados da função da marcha em indivíduos com DP.
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