Comparação entre dois estímulos condicionantes da dor em indivíduos com dor musculoesquelética
Palavras-chave:
Dor Musculoesquelética, Controle Inibitório Nociceptivo Difuso, Estudos de ViabilidadeResumo
Introdução: A dor musculoesquelética é uma das principais causas de incapacidade no mundo. Um desequilíbrio entre a inibição descendente e a facilitação da dor pode estar associado a sensibilização central da dor e seu processo de cronificação. Vários métodos foram desenvolvidos a fim de avaliar o comprometimento do controle inibitório descendente. Entretanto, ainda não há consenso na literatura sobre a metodologia adequada para a avaliação. Objetivo: Comparar os resultados dos estímulos condicionantes do cold pressor test (CPT) e do Teste de Pressão de Manguito em um grupo de pacientes com dor musculoesquelética. Secundariamente, correlacionar os resultados dos testes com os fatores psicossociais dos participantes. Métodos: Participantes com idade acima de 18 anos e dor musculoesquelética em algum segmento corporal foram recrutados para o estudo. O CPT e o Teste de Pressão de Manguito foram utilizados como métodos de avaliação do controle inibitório descendente da dor. Características sociodemográficas dos participantes foram coletadas por meio de um questionário autoaplicável e os fatores psicossociais foram avaliados por meio do Brief Psychological Screening Questions. Resultados: Cem participantes (80 mulheres, com média de idade de 40,53±19,52 anos) com dor moderada 5,05±2,36 na Escala Numérica de Dor e duração média de 31,64±55,22 meses foram incluídos no presente estudo. Os resultados de correlação da variação do limiar de dor à pressão (ΔLDP) entre os métodos CPT e Teste de Pressão de Manguito indicam correlação fraca para as medidas do membro superior (rho = 0,267, p = 0,007) e ausência de correlação para as medidas do membro inferior (rho = 0,138, p = 0,170). Além disso, O CPT e o Teste de Pressão de Manguito concordaram que 56 participantes apresentaram CPM normal e 10 apresentaram CPM prejudicado. Apenas o CPT demonstrou correlação com os fatores psicossociais (depressão, ansiedade e estresse percebido). Conclusão: O CPT e o Teste de Pressão de Manguito apresentam pobre correlação na avaliação da modulação condicionada da dor, além de não apresentarem boa concordância na classificação da ineficiência da via descendente inibitória.
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