Fatores de risco relacionados à tarefas funcionais em pacientes com fascíte plantar – um estudo caso-controle pareado
Palavras-chave:
Fascíte Plantar, Tornozelo, Cinemática, CIFResumo
Introdução: O pé é uma estrutura responsável pelas funções de equilíbrio, locomoção, absorção de impacto e suporte de sobrecarga. Quando o pé é lesionado eo quadro álgico instalado pode causar alterações no movimento e induzir assincronismo em demais estruturas como tornozelo, joelho e quadril. Estudos apontam que há relação entre a idade, índice de massa corporal, postura do pé e limitação da dorsiflexão de tornozelo como fatores de risco no desenvolvimento da fascíte plantar. Métodos: Esse estudo possui delineamento transversal observacional do tipo caso-controle. Todos participantes leram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido que foi aprovado pelo comitê de ética com registro CAAE37800114.6.0000.5235. Foram recrutados (n=14) indivíduos com fascíte plantar unilateral e (n=14) indivíduos saudáveis pareados por idade, índice de massa corporal e gênero (p>0,05). A avaliação foi composta por preenchimento dos questionários de dados demográficos, características da dor, intensidade da dor (escala da dor de 0 a 10),funcionalidade dos membros inferiores e avaliação cinemática.Os dados analisados foram obtidos através das tarefas funcionais “caminhar livremente” e “dê um passo à frente”. Paraanálise estatística foramutilizados Test T de Student ouTeste U de MannWhitney eanálise de correlação utilizando o método Pearson, além da verificação do tamanho do efeito. Foi considerado o valor de significância menor que 5% (p<0,05). Resultados: A maior parte dos pacientes com fascíte plantar eram do gênero feminino (n=9) e apresentavam média de idade de 48,8 anos. Pacientes com fascíte plantar apresentaram média de 5,21 na escala numérica da dor e frequência média de 6,71 dias na semana. Todos os pontos avaliados na algometria tiveram menor limiar de dor àpressão no lado acometidoem relação ao lado contralateral e ao indivíduo controle. A limitação funcional dos membros inferiores apresentou correlação com as ferramentas utilizadas para mensuração da dor. O ângulo de dorsiflexão do tornozelo no momento de partida foi menor em pacientes comparado ao grupo controle (FP = 97,16°) e (C = 90,39°). No momento do toque do calcanhar ambos os grupos estavam em flexão plantar durante as tarefas funcionais, com média maior para o grupo controle, (FP = 4,28°) e (C = 5,06°) em “caminhar livremente” e (FP = 6,15°) e (C = 7,98°) em “dê um passo à frente”. A média do ângulo de flexão plantar no momento de retirada do antepé foi menor nos pacientes do que nos controles durante a tarefa “caminhar livremente” (FP = 8,90°) e (C = 14,93°) e “dê um passo à frente” (FP = 0,59°) e (C = 2,10°). O padrão de movimento teve correlação com dados do limiar de dor à pressão e da escala de intensidade da dor, sugerindo mecanismos compensatórios para realização das tarefas funcionais. Conclusão: A dor interferiu diretamente na escala de funcionalidade dos membros inferiores, levando à limitações funcionais. O movimento do tornozelo (ângulo de partida, toque do calcanhar eretirada do pé) de pacientes com fascíte plantar apresentou diferença quando comparado ao lado sadio e ao grupo controle pareado. Houve correlação da modificação do movimento do tornozelo com a dor, função da extremidade inferior e postura do pé.
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