Insatisfação corporal grave em estudantes de educação física: Avaliando características e grupos de risco

Autores

Palavras-chave:

imagem corporal, insatisfação corporal, estudantes, universitários, grupos de risco

Resumo

Introdução: A insatisfação corporal, objeto de estudo vinculado ao campo das Ciências da Saúde é um fenômeno complexo e multifatorial, considerada um emergente problema de saúde, objeto de preocupação e pesquisa de diversos campos. Historicamente, sua relação com a sociedade tem sido influenciada por normas estéticas e padrões culturais. A pandemia da COVID-19 intensificou a exposição a padrões de beleza inalcançáveis, sobretudo pelo demasiado uso das redes sociais, impactando na saúde mental da população, especialmente entre os jovens. Nesse contexto, estudantes universitários da área de saúde, dadas suas peculiaridades como o trato direto com o corpo, podem ser particularmente suscetíveis. Objetivo: Analisar o fenômeno da insatisfação corporal no contexto universitário brasileiro, integrando seus aspectos teóricos e metodológicos à avaliação de prevalência e fatores de risco em estudantes de Educação Física da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Método: Estudo observacional, de desenho transversal, com coleta de dados baseada em questionários (N=214). A análise de dados foi realizada em duas fases. Fase analítica ou exploratória (1) com o censo de estudantes, permitindo uma avaliação geral do fenômeno na população estudada; e descritiva (2), por meio de análise direcionada e concentrada naqueles categorizados como gravemente insatisfeitos. Apenas estudantes com idade ≥ 18 anos participaram. Resultados: A prevalência total de insatisfação corporal na amostra foi de 22,9%, sendo 11,2% classificada nos níveis moderado e grave. O grupo insatisfeito (Body Shape Questionnaire 34) apresentou associação significativa (p<0,05) e de maior magnitude em comparação ao grupo satisfeito, nas seguintes variáveis: sexo feminino (p<0,0001), IMC médio elevado (p<0,0001), idade média mais elevada (p<0,01), histórico de transtornos alimentares (p<0,0001), e problemas de saúde mental (p=0,001). Fatores contextuais e de comportamento também se associaram significativamente: uso de edição de fotos nas redes sociais (p=0,0001), a orientação sexual "não heterossexual" (p=0,032), e a mudança na composição corporal durante a COVID-19 (p=0,0003). A análise aprofundada da Fase 2 (subgrupo grave) confirmou que 100% dos casos eram mulheres com autopercepção de saúde geral ruim ou razoável, caracterizando um protótipo de maior risco, fortemente ligado a comorbidades psíquicas e à disfunção da imagem corporal. Conclusão: A insatisfação corporal é um fenômeno prevalente e multifatorial no curso de Educação Física, cujas associações com variáveis clínicas, comportamentais e contextuais (era digital e pandemia) fornecem importantes subsídios para o campo da saúde. A identificação desses múltiplos grupos de risco (especialmente feminino, indivíduos com comorbidades psíquicas e exposição digital acentuada) justifica a necessidade de intervenções urgentes em reabilitação, focadas em desmantelar a hipervigilância obsessiva e promover o bem-estar biopsicossocial.

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Publicado

2025-12-03

Como Citar

Insatisfação corporal grave em estudantes de educação física: Avaliando características e grupos de risco. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 15(1). https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/379

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