Acoplamento postural-ventilatório em indivíduos com e sem doença pulmonar obstrutiva crônica.
Palavras-chave:
Desempenho Sensório-Motor, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Equilíbrio PosturalResumo
Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença endêmica que cursa com o comprometimento do aparelho respiratório e a deterioração de outros sistemas, como o neuromuscular. O prejuízo do controle da estabilidade postural e um maior risco de quedas estão entre os principais determinantes na perda da qualidade de vida daqueles acometidos pela doença. Contudo, ainda não se sabe quais os mecanismos relacionados a essa menor capacidade de controle da estabilidade postural. Objetivo: O presente estudo tem por objetivo determinar o padrão de coordenação postural-ventilatória em indivíduos com DPOC e
estabelecer sua correlação com as características clínicas dessa população, como exemplo a hiperinsulflação dinâmica das vias aéreas. Métodos: Foram incluídos 18 indivíduos com diagnóstico de DPOC, sendo subdivididos em DOPC moderado (N=8) e grave (N=10) de acordo com a classificação GOLD. Dez indivíduos hígidos, pareados em idade, formaram o grupo controle. O participante foi instruído a realizar as seguintes tarefas: (1) manter o padrão ventilatório usual (frequência ventilatória livre, FVL); (2) adotar um padrão de hiperventilação, orientado por um metrônomo (frequência ventilatória controlada, FVC). Cada tarefa foi realizada em
uma única tentativa válida, com duração total de 40 segundos. As coordenadas do centro de pressão dos pés (CP) foram adquiridas através de uma plataforma de força. Os movimentos ventilatórios foram obtidos através de uma cinta torácica. Foi utilizada uma ANOVA de dois fatores para comparação entre grupos e tarefas, assumindo um limiar estatístico de 5%. Resultados: Não foram observadas diferenças nas características clínicas e físicas entre os indivíduos dos grupos controle e DPOC (todos os valores de P>0,208). Entretanto, houve diferenças significativas entre grupos para a medida temporal de acoplamento postural-ventilatório
(F=11.357, P<0.001, ç2=0.476); especificamente, o grupo DOPC moderado apresentou um maior atraso temporal entre os movimentos ventilatórios e o deslocamento postural (pós-teste P=0.001). Não houve correlação entre a medida de acoplamento postural-ventilatório e o status clínico e funcional dos indivíduos. Conclusão: Dessa forma, o DPOC cursa com alterações do acoplamento postural-ventilatório dependendo da gravidade da doença, indicando esse fenômeno como um potencial mecanismo subjacente às limitações de estabilidade observadas nessa população.
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