Equação preditora do teste de caminhada de seis minutos considerando a distância do percurso e o nível de atividade física
Palavras-chave:
Teste de Caminhada, Valores de Referência, Jovens Adultos Saudáveis, ExercícioResumo
Introdução: O teste de caminhada dos seis minutos (TC6M) é utilizado mundialmente para avaliação da capacidade funcional. Além de ser simples e exigir uma tecnologia mínima, o TC6M mostrou-se reprodutível e bem tolerado desde o seu primeiro uso. Equações preditivas levam em consideração dados antropométricos e clínicos, específicos de cada país. No entanto, a padronização internacional (American Thoracic Society) ainda preconiza a realização do teste em corredores de 30 metros de comprimento, visto que em corredores menores, as distâncias podem ser subestimadas. Além disso, pouco se fala sobre a importância do impacto de fatores não antropométricos sobre a capacidade funcional como, por exemplo, o nível de atividade física, principalmente em adultos jovens saudáveis. Visto isso, questiona-se a possibilidade de incluir a distância do corredor e o nível de atividade física na equação preditiva do TC6M. Objetivo: Elaborar uma equação preditora do TC6M, levando em consideração o comprimento do corredor e o nível de atividade física como variável do modelo. Métodos: Foram incluídos indivíduos saudáveis, que realizaram três TC6M cada, nas distâncias de 10, 20 e 30 metros, de acordo com ATS. Todos responderam o Questionário Internacional de atividade Física (IPAQ) e realizaram uma espirometria, a fim de avaliar nível de atividade física e função pulmonar. De acordo com o IPAQ, os sujeitos foram categorizados como sedentários, irregularmente ativos ou ativos. Resultados: Dois artigos foram escritos a partir dos dados dessa pesquisa. O primeiro trata-se de um estudo transversal que incluiu 190 jovens adultos saudáveis, submetidos ao TC6M, avaliando o grau de dispneia pela escala de Borg. A distância no TC6M (DTC6M) foi correlacionada positivamente com os parâmetros de função pulmonar (p ≤ 0,002 para todos eles). Houve correlação marginalmente significante entre a DTC6M e a diferença entre os escores avaliados antes e depois do teste pela escala de Borg. Houve uma tendência de diferenças significativas na DTC6M de acordo com as categorias do IPAQ. Além disso, a capacidade vital forçada (CVF) foi o único parâmetro de função pulmonar com diferenças significativas entre as categorias do IPAQ (p = 0,02). No segundo artigo, avaliou-se 215 indivíduos, com média de idade de 34,1 anos e índice de massa corporal (IMC) de 24 kg/m2. Foram observadas médias das distâncias nos TC6M de 10, 20 e 30 m, 590, 652 e 677 metros, respectivamente. As variáveis sexo, idade, IMC, IPAQ, Δ frequência cardíaca, Δ Borg, além da distância do percurso foram incluídas no modelo de predição da equação (p < 0,001). Conclusão: É possível realizar o TC6M em corredores menores que 30 metros, utilizando o comprimento do corredor e a classificação do IPAQ como variáveis participantes da predição dessa distância. Em adultos jovens saudáveis, a maior função pulmonar indica uma maior DTC6M. Nesses indivíduos, o nível de atividade física, baseado nas categorias do IPAQ, afeta a função pulmonar, principalmente a CVF. No entanto, a categoria IPAQ e o grau de dispneia estão pouco relacionados ao TC6M desses indivíduos.
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