O efeito do biofeedback por posturografia e da contribuição visual sore o controle do equilíbrio postural em ortostatismo

Autores

  • João Eduardo Machado da Costa Antunes Centro Universitário Augusto Motta Autor

Palavras-chave:

Biofeedback, Contração Muscular, Controle Postural, Eletromiografia, Feedback Visual

Resumo

Introdução: O biofeedback visual tem sido amplamente utilizado em programas de treinamento voltados para a melhoria do equilíbrio postural por meio da redução do balanço postural. No entanto, estudos têm demonstrado variabilidade entre indivíduos na capacidade de reduzir o balanço postural ao utilizar biofeedback visual, sugerindo que algumas pessoas podem não depender fortemente de pistas visuais para ajustar sua postura. Uma questão relevante decorrente desses achados é se indivíduos que dependem da informação visual adotam estratégias posturais diferentes daquelas utilizadas por indivíduos que não dependem da visão em suas estratégias posturais ao realizar tarefas de biofeedback. Este estudo investigou o efeito da contribuição visual sobre a atividade muscular e o balanço postural em adultos jovens durante diferentes tarefas de biofeedback visual na postura ereta. Métodos: Dezenove participantes realizaram quatro tarefas posturais distintas, cada uma com duração de sessenta (60) segundos: (1) Olhos abertos (OA), como condição controle; (2) Olhos fechados (OF); (3) Biofeedback do centro de pressão (CoP) utilizando alvos de 2 cm (3a) e 4 cm (3b); e (4) Biofeedback de um apontador laser controlado pelo punho direito. Eletromiogramas (EMG) de superfície foram coletados dos músculos tibial anterior (TA) e gastrocnêmio medial (GM) direitos, e o deslocamento do CoP foi medido nas direções ântero-posterior (AP) e médio-lateral (ML) por uma plataforma de força. O índice baseado na diferença percentual da área de oscilação do CoP foi utilizado para determinar o peso da informação visual no controle postural, dividindo os indivíduos em visuais e não-visuais. O teste de Friedman foi aplicado, seguido do teste de Wilcoxon post-hoc para comparações pareadas entre condições, com nível de significância de 5%. Resultados: Considerando os dados do grupo, a amplitude RMS do músculo tibial anterior (TA) foi maior nas tarefas de biofeedback com laser (p = 0,010), biofeedback por posturografia com alvo de 2 cm (p = 0,012) e 4 cm (p = 0,041) em comparação aos olhos abertos. Já o RMS do gastrocnêmio medial (GM) não apresentou diferenças significativas entre as condições (p = 0,973). Em relação aos parâmetros do CoP, o desvio padrão AP foi maior no biofeedback por posturografia, independentemente do alvo (p < 0,05), e laser (p = 0,049). A área de oscilação do CoP variou significativamente nas condições com alvo de 4 cm (p = 0,004) e laser (p = 0,005). Considerando os subgrupos, no grupo visual, houve aumento na atividade do TA com alvo de 2 cm (p = 0,047) e maior deslocamento do CoP com laser, em relação a olhos abertos. No grupo não-visual, o TA e o GM não mostraram diferenças, mas o desvio padrão do CoP AP e área de oscilação diminuiram com os alvos de 2 cm e 4 cm, e aumentaram com o biofeedback laser (p < 0,05), em relação a olhos abertos. Conclusão: As adaptações posturais ao biofeedback do CoP parecem depender da dependência da visão para o controle postural e do protocolo de biofeedback utilizado. Indivíduos dependentes da visão apresentaram aumento da ativação muscular quando precisam atingir uma redução menor da oscilação do CoP, como observado com o alvo de 2 cm. Em contraste, indivíduos não-visuais reduzem a oscilação sem esforço muscular adicional, independentemente do tamanho do alvo. Além disso, a dependência visual não influenciou a estratégia postural durante o biofeedback com laser, pois ambos os grupos demonstraram maior variabilidade da oscilação do CoP nessa condição. Implicações: Esses achados sugerem que a dependência da visão para o controle postural deve ser considerada ao desenvolver protocolos de biofeedback para redução da oscilação postural. Indivíduos dependentes da visão podem apresentar maior atividade muscular em resposta a intervenções voltadas para melhorar a estabilidade postural ou reduzir o balanço postural.

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Publicado

2025-12-16

Como Citar

O efeito do biofeedback por posturografia e da contribuição visual sore o controle do equilíbrio postural em ortostatismo. (2025). Sistema De Submissão De Trabalhos De Conclusão De Curso, 14(1). https://sstcc.unisuam.edu.br/index.php/ppgcr/article/view/401

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